Alberto Sena

14-09-2022

10h15

O centenário do professor Darcy Ribeiro acontece em momento oportuno da vida dos mineiros e dos brasileiros. Além de ser “do fazimento”, como gostava de dizer, ele conclamava as pessoas a se indignarem contra as desigualdades sociais e principalmente a má qualidade da Educação.

Implicitamente, a indignação sugerida por Darcy Ribeiro leva à reflexão e à reação contra algo injusto, desigual e gerador de problemas sociais de toda monta, como estamos assistindo hoje em dia em Minas e no Brasil, com muita gente a viver nas ruas das cidades. O quadro aqui, em Belo Horizonte, não é diferente.

O pior é quando a própria população passa a considerar essa cena degradante como algo normal e prefere nem reparar no quadro, conformando-se com o lamento de sua impotência para dar uma solução para o degradante quadro social.

Todavia, Darcy Ribeiro acha que cada um pode fazer alguma coisa e recomenda a conjugação do verbo indignar.

Ele foi e ainda podemos dizer que é, porque a vasta obra dele aí está, um homem que possuía escandaloso amor à raça brasileira, tendo em vista a sua formação branca, índia e negra, algo inusitado no mundo, o que gerou uma civilização de gente inteligente, talentosa e bonita, mas carente de políticas que reconheçam o seu valor para transformar a si e o mundo.

Se dependesse do professor Darcy Ribeiro, o Brasil de hoje já seria uma grande potência armada com os megatons do saber. Este era um dos sonhos dele, personalidade que criou em alguns países universidades e reformou outras; criou o Museu do Índio, o Sambódromo, o Memorial da América Latina e principalmente a Universidade de Brasília (UnB).  

O Diário de Minas entende que se Minas Gerais não pode contar com Darcy Ribeiro em carne e osso, tem a graça de contar com as obras dele e uma das principais é a criação dos Cieps, escola de tempo integral dirigida especialmente aos jovens carentes, construídas com argamassa armada, com custo mais baixo.

A edição do livro Darcy Ribeiro do Fazimento sob os auspícios da Editora Minas Gerais (Edmig), detentora da marca Diário de Minas, foi também oportuna e casou-se com o lançamento do novo e virtual jornal, que tem a pretensão de concentrar o noticiário dentro das linhas demarcatórias do território mineiro, sem, no entanto, deixar de noticiar os acontecimentos nacionais do interesse dos nossos leitores.