07-08-2024 às 09h:20

Direto da Redação

Outro dia, li no Facebook um pedido de socorro do colunista social Theodomiro Paulino, para salvar o prédio do Automóvel Clube de Montes Claros, no Norte de Minas, já há um longo tempo com destino incerto. Ninguém duvida de que aquele espaço foi e ainda é de grande valia para uma quantidade enorme de gente. Não vou discutir aqui se foi ou não problema de má gestão que ameaça abreviar os dias do Automóvel Clube.

Particularmente, eu tenho uma história com o clube desde os seus alicerces. Plantado ali na esquina de ruas Dom João Pimenta com São Francisco, o prédio tomou o lugar de onde foi o Instituto Norte Mineiro de Educação. Era um casarão em estilo colonial, com uma ou mais mangueiras ao fundo.

O clube foi construído pelo engenheiro Pimenta, da Zeta Construções e Incorporações, cujo escritório funcionava na Rua Dr. Santos, quase esquina de Rua Dom Pedro II. Era em um prédio. Na parte de baixo funcionava à época a sapataria Zumba, o proprietário morava com a família em um apartamento dali do prédio.

Vi o Automóvel Clube nascer a partir da sua concepção. Acompanhei quando as antigas paredes do casarão foram abaixo e também os alicerces da construção daquilo que seria – e foi e é ainda – um dos clubes mais importantes da nossa urbe.

Quando o colunista social se refere ao estado de conservação da piscina, a minha impressão é de que ele chorou lágrimas sentidas porque, de fato – assim como também Lazinho Pimenta, e Magnus Medeiros – ele promoveu grandes festas no Automóvel Clube.

Daqui dos píncaros da Serra do Curral, me julgo no dever até de dar pitaco quanto ao destino mais digno para o majestoso Automóvel Clube. Em minha opinião, ele devia continuar sendo o que sempre foi, afinal, com o tempo se tornou uma joia da cidade.

Se não puder ser assim, que tenha um destino digno da sua história. Nunca ser derrubado para dar lugar a alguma outra coisa, principalmente um estacionamento de veículos, o que me parece moda em Montes Claros. A Câmara Municipal devia tombar o prédio do Automóvel Clube.

Conversei com o colunista social Theodomiro Paulino sobre a situação atual do prédio do clube e ele disse que continua do mesmo jeito, com mendigos acampados no canto do piso de entrada. O que forma um contraste se considerado o glamour das festas ali realizadas.

Theodomiro tem um caminho para a solução da questão, desde que os sócios que se apossaram do prédio e não atam nem desatam, me lembrando a figura de um cão em um monte de capim – não come o capim nem deixa o boi comê-lo – a estrutura continua bela por fora, prova da competência do engenheiro Pimenta, mas há que ser usada de alguma forma.

Théo, como é chamado o colunista social mais importante da cidade, acha que a parte do frontispício do prédio deveria ser usada para as festas, recepções, como sempre, e a parte detrás (onde é a piscina e a sala de sinuca) vendida para construção de um prédio, na área de lazer do clube.

Essa é uma ideia interessante porque com o dinheiro da venda do espaço, os sócios que se agarraram no clube, mas não soltam, eles poderiam quitar as dívidas do prédio, que não é pequena, embora Théo não saiba de quanto é.

O prédio do Automóvel Clube, em verdade, é um símbolo para muitas gerações. Théo se recorda da primeira festa ali acontecida.  Na inauguração, o baile de Debutantes, realizado pelo colunista do “O Jornal de Montes Claros”, Lazinho Pimenta, foi uma grande atração.

O prédio não pode continuar do modo em que se encontra e alguém precisa tomar uma atitude para definir o que se pode fazer ali, menos derrubar “da noite para o dia, como aconteceu com o Hotel São José”, para fazer um estacionamento, o que é moda em Montes Claros, dada a quantidade de veículos em circulação na cidade.

 *Editor Geral do DM