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Almoço no 3° melhor mercado do mundo

Almoço no 3° melhor mercado do mundo

O Mercado Central de Belo Horizonte é hoje em dia um dos lugares para ser frequentado tanto por quem aqui vive como para os turistas. Sábado e domingo, então, fica lotado

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09-06-2024 às 09h:09

Alberto Sena*

O engenheiro florestal, ambientalista raiz e colunistas do Diário de Minas, Enio Fonseca, conta que o avô de sua primeira esposa, João Alves, sergipano, quando veio a Belo Horizonte foi levado ao Mercado Central e ficou apaixonado pelo lugar. Tudo que ele procurou, encontrou no mercado, inclusive maxixe, tomate maçã, carne de sol, rede e outras coisas mais. Ao final, ele fez uma observação, “isso aqui é que é lugar de homem fazer compra”.

De fato, o Mercado Central de BH, considerado o terceiro melhor do mundo, pode-se dizer, tem de tudo. Inclusive restaurantes de ótimo atendimento e de uma variedade de pratos de deixar mineiro, sergipano ou de qualquer lugar do País e do mundo com água na boca.

Enio me convidou para tirarmos a prova dos nove fora sobre a veracidade da boa comida do Mercado Central. É tão boa que, na hora do almoço, faz fila. E ele me levou a um dos restaurantes mais bem frequentados, o Casa Cheia. De fato, a casa fica cheia e se cheia fica é porque a comida é boa. Entramos na fila e quando chegou a nossa vez, escolhemos um dos pratos mais gostosos, com bife de fígado, ao ponto.

Havia um largo tempo que não comia bife de fígado e a gente sabe da importância dele, inclusive para combater anemia. O que não é o nosso caso, mas é uma dica. Em pouco tempo fomos servidos, inclusive com uma dose de cachaça Vale Verde, gelada, uma delícia, desce gostosamente pelas entranhas.

Veio um prato com tutu à mineira, bife de fígado, arroz, tomate, couve e batatinhas fritas. Enquanto comíamos se podia ver a fila de pretendentes aumentar e o vozerio das pessoas, cada uma com a cara mais feliz do que a outra, certamente porque, como se diz, estavam “tirando a barriga da miséria”.

“Comida no papinho, pé no caminho”, mas dentro do próprio mercado, onde paramos para tomar uma limonada numa casa que lá existe desde 1938 e ficou famosa porque lá não há problema, tudo se resolve, de um limão o proprietário faz uma limonada. E fazem fila para tomar a limonada dele.

O mercado naquele início de tarde não estava cheio como costuma ficar aos sábados e domingos. Até para andar lá dentro fica difícil, mas numa sexta-feira ainda mais na hora do almoço, estava até bom de transitar.

Foi quando paramos num café e cada um sorveu o seu cappuccino. E enquanto isso, vendo toda a movimentação de gente de tipos diversos, se podia concluir, o Mercado Central é  na verdade uma cidade. Por mês, recebe 1,2 milhão de pessoas. Uma coisa de louco, no melhor sentido.

O mercado é um lugar de mil cheiros e cores, o que acaba por atrair turistas que ficam admirados com a maneira como, por exemplo, os temperos são expostos. Ali estão as marcas do ser mineiro. E os de fora percebem que aqui é a síntese do Brasil,

A capital mineira tinha só 31 anos quando o prefeito Cristiano Machado resolveu reunir, em um só local, os produtores e produtos deles para o abastecimento dos 47 mil habitantes.  Nasceu em 7 de setembro de 1929, quando as feiras da Praça da Estação e da Praça da Rodoviária lá se juntaram, nos 14 mil metros quadrados, à época rodeado de carroças.

Como Mercado Municipal, funcionou até 1964, quando o prefeito Jorge Carone, alegando impossibilidade de administrar a feira, vendeu o terreno e para continuar mercado, os comerciantes se organizaram em cooperativa e compraram imóvel da Prefeitura.

Não é o caso de aprofundar na história do Mercado Central porque o importante mesmo é o nível a que chegou o empreendimento. Ao ponto de se tornar, senão o principal, um dos principais lugares de encontro em Belo Horizonte.

Mas o Mercado Central fez 95 anos. É grande, 24 mil metros quadrados e possui 400 lojas que para funcionarem dependem da mão de obra de 2.850 colaboradores e fica aberto de domingo a domingo. O seu público é diversificado, de várias classes sociais.  

Quem de fora vier conhecer Belo Horizonte, se não for ao Mercado Central, não esteve na capital mineira.

*Editor Geral, com Enio Fonseca, colunista

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A matéria é precisa quanto a tudo que o Mercado Central de Belo Horizonte tem a oferecer. Ao visitar BH, torna-se obrigatório aproveitar tudo que tem disponível. Minha última experiência foi levar umas latinhas de RAPÉ, para presentear amigos.

 

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