Português (Brasil)

Aguardem, Stock Car em volta do Mineirão

Aguardem, Stock Car em volta do Mineirão

Juíza Federal não viu como retirar a competição do local escolhido desde o início da assinatura do contrato com o prefeito. Os riscos para a UFMG não foram suficientes

Compartilhe este conteúdo:

14-07-2024 às 08h:38

Direto da Redação

No famigerado episódio entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e moradores da região da Pampulha, em Belo Horizonte, mais a Stock Car ao redor do Mineirão, o resultado já havia sido aventado pelo Diário de Minas. Afinal de contas, o poder econômico da competição não tinha como ser diferente, porque desde o início se impôs e o resto foram só as consequências.

A Justiça Federal, em Belo Horizonte, manteve a competição no local escolhido pela Stock Car, desde quando assinou contrato com o prefeito Fuad Noman, em setembro do ano passado. Resta saber o impacto dessa decisão na campanha dele visando a reeleição.

Entretanto, quem está do lado de fora da pretensa pista de corrida percebe que a Stock Car tenta o tempo todo se firmar como se a competição estivesse sendo atacada. Nunca, o que esteve em debate, desde o início – e aqui não se tem procuração para fazer a defesa da UFMG – nunca foi a realização da competição em Belo Horizonte, mas o local. E os motivos da instituição ficaram bem claros. Mas a empresa promete satisfazer todas as necessidades.

A juíza federal Adriane Luísa Vieira Trindade, da 1ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte, manteve a competição no local, mas exige a apresentação de uma “proposta de mitigação acústica”. A Stock Car tem prazo de 10 dias para apresentar a tal proposta. Alguém tem dúvida de que a empresa vai apresentar, em tempo hábil?

A “proposta de mitigação acústica”, segundo a juíza, deverá conter “detalhamento de suficiência técnica, bem como viabilidade de implantação – nos pontos de impacto biologicamente sensíveis da UFMG: Hospital Veterinário, biotério central, biotério de cães, biotério de macacos e estação ecológica”.

Ela alega que não há como impedir a realização do evento na Pampulha, em volta do Mineirão, depois do tanto que a empresa já investiu sob todos os aspectos logísticos. A venda de ingressos já se iniciou e mais uma vez o poder econômico demonstra sua força, ao ponto de prometer suprir todas as despesas.

A juíza argumenta que “a realização do evento se aproxima e não caberia à Justiça, neste momento, suspender a sua realização diante do alto investimento feito na etapa, dos funcionários contratados e do “compromisso firmado pelos organizadores, com o Ministério Público de Minas Gerais e a Prefeitura de Belo Horizonte”, com relação aos impactos sonoros dos motores.

Tudo já estava acertado desde o dia 2 de julho, entre a organização do BH Stock Festival com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Prefeitura de Belo Horizonte. Na ocasião, a empresa assumiu arcar com todas as despesas necessárias. A competição irá, então, acontecer entre 15 e 18 de agosto.

Ninguém tem dúvida do quanto o evento estimula momentaneamente a economia da capital. O que se espera é que a competição transcorra sem problemas e que a empresa consiga mitigar os impactos para as questões apontadas pela UFMG. Mesmo porque o que já está feito não está por fazer.

Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário

 

Synergyco

 

RBN