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A soberania nacional venceu

A soberania nacional venceu

Os críticos do ministro Alexandre de Morais, que o acusavam de ter tomada uma decisão “monocrática”, tiveram nesta segunda-feira uma demonstração clara do quanto estão enganados

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03-09-2024 às 09h:36

Bento Batista*

Os observadores do tempo, aquelas pessoas que têm o costume de contemplar a natureza, percebem claramente as caraterísticas do mês de agosto, entrante setembro. Estando, aqui, em Belo Horizonte, quem espia a Serra do Curral, principalmente nas manhãs, percebe um tempo enfumaçado, como sempre se apresentou nesta época do ano.

Só que neste 2024 do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, as características estão mais acentuadas, certamente por causa das “queimadas” que sempre são registradas nesse período seco. Todavia, neste ano, as “queimadas” foram as maiores da nossa história, simplesmente porque tiveram conotação criminosa. Foi uma ação orquestrada politicamente, para tentar comprometer o governo federal, passando a sensação de que no atual governo, as “queimadas” foram as maiores.

São brasileiros que nem merecem ser chamados “brasileiros” que só pensam com o umbigo, pois não são capazes de entender que uma ação dessa teria repercussão negativa do País no exterior. Por um momento passou-se a impressão de que o Brasil está em chamas. E ainda continua, o que pode ser avaliado ao se observar o horizonte enfumaçado.

Em compensação, os ipês amarelos estão em flor e de certo modo isso transmite a mensagem de que a vida neste planeta chamado Brasil sobrevive e mostra que o País é um território independente e nenhum “Elon Musk” irá se intrometer na nossa soberania porque temos um governo eficiente e um Superior Tribunal de Justiça (STF) que cumpre as leis e se mantém vigilantes contra os que não respeitam a democracia brasileira.

Quem criticava o ministro Alexandre de Morais dizendo ter sido ele um ditador, acusando-o de ter tomado uma decisão “monocrática”, tiveram nesta segunda-feira uma demonstração clara do quanto estão enganados e carentes de uma postura de patriotismo – não basta vestir a camisa amarela da Seleção Brasileira para demonstrar ser patriota –, pois não conseguem compreender que, nesse episódio, estava em jogo a soberania nacional.

O Musk quis impor a sua vontade só porque é considerado o homem mais rico do mundo. Em verdade, trata-se de um ditador da maior prepotência. O mundo inteiro o ouviu dizer que foi ele quem derrubou o governo boliviano, por causa do mineral lítio. E ele disse com todas as letras, que faria isso em qualquer parte do mundo.

Literalmente, quebrou a cara. Este episódio funcionaria para ele como porta de entrada para assumir o lítio do Brasil e especialmente das regiões produtoras, como o Vale do Jequitinhonha (MG), cuja população, a essa altura, já devia estar consciente disso e reagir, exigir a sua parte para resolver os seus problemas sociais.

Se o Governo brasileiro e o STF permitissem que o estrangeiro fizesse aqui mais uma demonstração de sua ganância, a desmoralização seria enorme e ele faria daqui o seu quintal.

Evidentemente, os usuários do tal “X” tiveram dissabores, o que foi inevitável e eles devem relevar por serem brasileiros. Mas os mais espertos emigraram logo para o concorrente, o “Threads”. Diante do episódio, os videntes de tudo que se passou, chegaram à conclusão: se o dono do “X” não repensar as suas posturas e as ações – ironia, ameaças, prepotência, falta de respeito e mais... – ele vai acabar pobre. Quem viver, verá.

O marcante episódio deixou claro, como os dias de Sol neste País maravilhoso que temos, o malfadado “complexo de vira-latas”, hoje, faz parte de um mero registro na história dos brasileiros despreparados intelectual e politicamente que não têm um “xis” de luz própria.

*Jornalista e escritor

Nota: A empresa Stalink, da qual Musk é acionista, prestadora de serviços na Amazônia, se recusa a retirar “X” do ar e com isso corre o risco de, na pior das hipóteses, perder a outorga. O presidente da Anatel, Carlos Manoel Baigorri, pôs a sua turma a campo para apurar a informação e também para instruir o ministro Alexandre de Morais, do STF, que a maioria de juízes do Supremo apoia. Em resumo: a pendenga terá outros capítulos. Aguardemos, pois.

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