26-03-2024 às 08h:29

Direto da Redação

Até parece que o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, não quer se reeleger. Primeiro, ele disse que ia “revitalizar” o Centro da cidade. De cara, utilizou de uma expressão errada, “revitalizar”. O Centro de BH não está morto para ser revivido. Feio está, e não há a menor dúvida. Os prédios estão pedindo socorro para uma reforma geral. Esvaziado – Sim, o Centro da cidade está esvaziado, virou só um ponto de passagem de gente apressada.

O Centro de BH está precisando ser requalificado, este é o termo certo. Mas, até agora, nada aconteceu a não ser promessa e conversa. Resta saber se haverá tempo bastante para ele cumprir com o que prometeu e não venha a cometer o erro de fazer as coisas às pressas, como aconteceu e está a acontecer na Avenida Presidente Eurico Dutra, no Bairro Belvedere, onde uma cratera foi aberta e a empresa que faz um mal serviço, por que se esqueceu de escorar os taludes e com isso os operários corriam risco de vida.

Quem quer se reeleger não comete o erro de permitir o corte de 55 árvores adultas ao redor do Mineirão, simplesmente para fazer as vontades de uma empresa que, certamente, vai faturar os tubos, com a promoção da Stock Car, que bem podia ser em outro lugar – nada contra a corrida, mas o lugar é inadequado e a imprensa toda publicou os porquês e nada sensibilizou o prefeito Fuad Noman, que tem todo estilo de um burocrata e praticamente nada de político.

Disse ele que ia acabar com as enchentes e que as chuvas caídas seriam um teste e foram uns testes para provar que são necessárias ideias novas para resolver as questões de Belo Horizonte e só quem conhece bem poderia resolver, mas ele não circula a pé pela cidade, e muito menos ainda de bicicleta.

Se circulasse, ele veria o problema social, humano, que sangra nas ruas do Centro da cidade, o que depõe contra Belo Horizonte, que está perdendo para outras capitais o título de terceiro lugar no mapa do Brasil.

Propositalmente, o que Fuad fez de pior foi deixado por último. Ele maltratou o público trabalhador que precisa tomar ônibus lotação a fim de se dirigir ao trabalho diuturno. Ele manteve o rumoroso contrato que mantém com os concessionários, o que é questionável, e acabou causando um bate-boca público com o vereador presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (MDB), que, na defesa do trabalhador, queria cancelar o contrato com os concessionários e fazer outro mais adequado.

Esse ramerrão perdurou por um tempo, com desgaste para todos e ao final, por quase meio bilhão de reais, com a PBH entrando com mais da metade e a Câmara Municipal com a outra parte, tudo dinheiro público, as passagens de ônibus cobradas com aumento, de R$ 6,90, voltaram a R$ 4,50 e por fim, atualmente, foi reajustada, e custa R$ 5,25.

Enquanto isso, os concessionários continuam “na farra”, para utilizar uma infeliz expressão de Fuad, porque se ele sabia que a situação é comparável a “uma farra”, por que não acabou com ela antes, em respeito ao cidadão trabalhador, usuário dos ônibus?

Ônibus estragados, sem ar-condicionado, de horários inadequados e descumpridos. A farra continua e ainda assim, Fuad quer ser reeleito. A não ser que o eleito belo-horizontino seja sadomasoquista ao ponto de reelegê-lo para que os maus tratos da população e da cidade possam piorar ainda mais.  

Em nossa opinião, BH precisa de um jovem prefeito, alguém preparado sob todos os aspectos, que tenha boas ideias exequíveis. Alguém que conheça a cidade de dentro, do Centro para fora e principalmente que tenha as soluções dos problemas socioeconômicos e socioambientais, para capacitar a capital diante das mudanças climáticas do porvir.