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Pela 1ª vez teremos filhos com QI inferior ao dos pais

Pela 1ª vez teremos filhos com QI inferior ao dos pais

Tudo devido ao uso abusivo da internet por parte das crianças que acabam sofrendo prejuízo cognitivo com consequências sérias em sua formação mental

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19-03-2024 às 08h:43

Alberto Sena*

Antigamente era pior, mas hoje em dia, com a internet aí para a gente dar volta ao mundo quantas vezes quiser, tudo ficou mais fácil em termos de comunicação, mas as novidades duram minutos ou segundos, porque logo vem outra e uma se sobrepõe à outra de modo que fica difícil memorizar tanta coisa.

Em outras palavras, a internet, com todo o avanço conquistado tem o lado bom, que acabamos de expor, e o lado ruim, e quem está percebendo mais isso é a Suécia um dos o países mais desenvolvidos do mundo, o primeiro a introduzir os tablets nas escolas. Iniciativa que funcionou como uma onda que se foi espalhando pelo mundo e chegou aqui não faz tanto tanto.

O governo atual da Suécia compreendeu, por experiência própria, que mais rapidamente do que a internet, numa comparação, há uma ligação direta entre a queda no rendimento escolar e o uso de telas na sala de aula. “Recursos didáticos digitais, se usados corretamente, apresentam certas vantagens, como combinar imagem, texto e som. Mas o livro físico traz benefícios que nenhuma tela pode substituir”, concluiu a ministra do governo.

O que os suecos perceberam e estão trazendo de volta, sem impedir o uso de tablets, é o livro. Aquele objeto que a gente põe nas mãos e cheira, principalmente o livro novo. Aquele objeto que nele se pode mergulhar de corpo, emocional, alma e espírito, numa leitura que leve o leitor a imaginar as cenas que estão ali escritas, num exercício total, que enriquece a função cognitiva das crianças.

Neste ponto da nossa conversa vem a lembrança de quando só havia o rádio como veículo de comunicação social (tinha o telex e o rádio amador), as crianças imaginam as cenas das histórias infantis e novelas veiculadas, o que funcionava como exercício mental.

Daí veio a televisão e mostrou tudo e a partir de então muitas coisas mudaram concomitantemente ao surgimento das crianças, diferentemente das gerações anteriores, criadas no asfalto calçadas de tênis, sem a relação telúrica com a terra, porque não estão descalças.

Numa versão mais evoluída, a internet, ou o manuseio da internet sem um critério de uso, está fazendo mal às pessoas, e não só às crianças, mas a elas principalmente, porque estão em fase de formação mental e se ficam ligadas – de estão ligadas – à internet muito tempo sofrem um prejuízo cognitivo extraordinário.

Os suecos mediram as habilidades de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental de lá (de 9 a 10 anos de idade), mostraram que o desempenho das crianças caiu entre 2016 e 2022: de 555 para 544 pontos. Vai daí o governo entendeu a ligação direta entre a queda e o uso de telas na sala de aula.

“Recursos didáticos digitais, se usados corretamente, apresentam certas vantagens, como combinar imagem, texto e som. Mas o livro físico traz benefícios que nenhuma tela pode substituir”, defendeu a ministra.

Quem soube vai se recordar de que, no ano passado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas anunciou que as escolas estaduais paulistas, do ensino fundamental 2 ao ensino médio, adotariam apenas obras digitais. Claro, a repercussão não foi boa e a proposta acabou sendo descartada.

Numa escola mineira, a professora enviou o seguinte recado aos pais: “Por favor, peçam a seus filhos para lerem em casa”. Os estudantes sabem que é importante ler, mas mesmo assim, não leem. E aí é que o problema e se agrava porque os não leitores de hoje serão os professores de amanhã.

A quantidade de “analfabetos funcionais” que estão sendo formados, fatalmente irá influir em todos os serviços públicos. E se lá atrás se dizia que os filhos são os pais melhorados, daqui por diante acontecerá o contrário. Os filhos serão como os pais piorados.

Os “nativos digitais” podem ser os primeiros filhos a ter QI inferior ao dos pais.

*Editor Geral do DM

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Parabéns Alberto Sena. Admiro e respeito o DM devido sua independência de opiniões

 

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