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Téo Azevedo e a sua resistência

Téo Azevedo e a sua resistência

Com a voz gutural característica, o repertório do artista mexe com o espírito, a mente e o corpo, de modo que ninguém consegue ficar parado

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09-03-2024 às 08h:18

Alberto Sena*

Téo Azevedo, poeta cantador da cultura popular de resistência, repentista, escritor, sertanejo de Alto Belo, no Norte de Minas, se considera protagonista da “última trincheira de resistência do Brasil com “S”. Ele é um clássico exemplo de quem, como pessoa nascida na simplicidade do campo, conseguiu vencer com os próprios esforços e, hoje, o nome dele está em todas as rodas culturais de discussões sobre música simples, sertaneja autêntica, que toca fundo a alma humana. Principalmente de quem tem suas raízes no interior, no campo.

Ano passado, Téo Azevedo participou do seminário “Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais”, organizado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), que reuniu outros nomes como Chico Lobo, a dupla Aldo & Vael e Índio Cachoeira. Foi um evento importante que já deve estar dando frutos.

Téo Azevedo tem o dom de subverter a ordem injusta contra as comunidades sertanejas, por meio de suas músicas e também no cotidiano da vida, como fez ao resgatar o nome de Alto Belo, terra onde nasceu, mudado para homenagear o engenheiro Pires e Albuquerque, um dos responsáveis pela instalação da estrada de ferro Central do Brasil, ligando Montes Claros a Belo Horizonte, passando, agora, não mais por Pires e Albuquerque, mas por Alto Belo.

Com a voz gutural característica, o repertório do artista mexe com o espírito, a mente e o corpo, de modo que ninguém consegue ficar parado. A viola e o violão vibram e o fole da sanfona vai e vem e quem assiste as apresentações dele e da trupe – Olívio Filho /Ciríaco da Sanfona, Tiziu de Araripe/Trio Virgulino; Lourdinha, Zequinha, Coquinho, Rebolo; Cadu da Viola, Donizete Juvino/Zequinha mergulha na atmosfera sertaneja ao ponto de se emocionar.

No DVD que lançou, Téo Azevedo interpreta canções como “A Gaita e a Sanfona”, “Quanto Mais Mexe Mió”, “Faculdade Sertaneja”, “Calango do Pé de Bode”, “Comparação”. Esse camarada Teófilo é artista brotado da terra como o pequizeiro, que para ele é “o esteio do Cerrado”, no sertão norte mineiro.

*Editor Geral do DM

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