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“Não queremos ser atropelados pela Stock Car”

“Não queremos ser atropelados pela Stock Car”

É o que dizem biólogos, ambientalistas e cientistas da UFMG, que veem risco para as experiências em andamento nos laboratórios, com morte de animais e prejuízos irreversíveis

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27-02-2024 às 08h:54

Direto da Redação

Depois da realização de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que discutiu a realização de uma etapa da Stock Car ao redor do Mineirão, em agosto deste ano, os promotores do evento deverão repensar os planos porque terão uma implacável reação contrária.

A audiência pública foi convocada a requerimento do vereador Wagner Ferreira (PDT), vice-líder do prefeito Fuad Noman (PSD) na Câmara. Por quase tudo que foi dito durante a audiência relacionada com os impactos ambientais devido aos ruídos dos motores dos carros e os possíveis problemas físicos causados nos laboratórios de animais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), melhor será repensar o local do evento.

Ninguém é contra o Stock Car em si, a questão se resume no local, que, por mais protegido seja, é inadequado para a realização de provas de carros de corrida, cujos motores explodem como se fossem bombas.

Alguns pesquisadores lá estiveram e lamentaram a forma como o evento vem sendo programado e quem está de fora do problema fica pensando se valeria a pena a realização da etapa Stock Car ali, e se não seria melhor já ir buscando um outro local.

Sim, porque a “briga será feia”, como disseram ambientalistas e cientistas que estão vendo as suas experiências de laboratório sob risco. Há os que terão prejuízos de quatro meses de trabalhos.  Outros mais e outros menos. “Não queremos ser atropelados pela Stock Car”, estão dizendo como frase de efeito.

Em tese, as obras de construção das condições para realização da etapa da corrida estão previstas para início em abril e o evento será realizado em agosto. Mas, diante de tão grande reação, que deverá ficar ainda maior depois de outra audiência pública na Assembleia Legislativa, marcada para esta quinta-feira, o imbróglio em que se tornou o evento será discutido mais uma vez.

Sessenta e três árvores serão derrubadas, com compensação de mais de 600 a serem plantadas; muitas oportunidades de empregos oferecidas; mas até o espelho das poluídas águas da Pampulha poderão sofrer consequências devido ao óleo das máquinas.

Na contramão da corrente contrária à realização da corrida, ao redor do Mineirão e próximo da lagoa, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana, vereador Ciro Pereira (PRD), defende a realização da Stock Car na Pampulha. “Esse evento vai trazer muitos empregos para a cidade, toda uma atividade econômica”.

O que o vereador disse pode até ser verdadeiro, mas resta saber se uma coisa compensa a outra, de modo a não causar prejuízos inestimáveis à Ciência e aos próprios moradores ao redor da lagoa, que, inclusive, pode receber o óleo das máquinas em atividade plena.

A prudência sugere aguardar os acontecimentos, porque a essa altura, alguma coisa deverá acontecer na esfera jurídica para salvaguardar os interesses ambientais e científicos de uma população. Além dos ouvidos.

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