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A morte do jegue personagem do filme

A morte do jegue personagem do filme

Do filme “U ômi qui casô cua mula”, do cineasta montes-clarino Eduardo Brasil, que a partir do próprio sobrenome, já devia ter a sua obra percorrendo todo o território nacional

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06-02-2024 às 09:05h.

Direto da Redação

Morreu o jegue Serapião, personagem do belo filme do radialista, jornalista e cineasta Eduardo Brasil, uma fita que vale um prêmio do cinema ao autor porque retrata a alma sertaneja como ninguém fez – e olhe que estamos falando de um profissional nascido e vivido na terra que deu ao Brasil um dos grandes cineastas, Carlos Alberto Prates Corrêa, falecido recentemente.

O jegue é um personagem constante no filme “U ômi qui casô cua mula”, feito baseado no cordel do poeta repentista Téo Azevedo, integrante da Academia Montes-clarense de Letras. Eduardo Brasil fez uma adaptação e levou para o cinema.

E o jegue, animal dócil aparece na fita mais que a própria mula. Ele está praticamente em todas as tomadas, e, na maior parte delas, como acentua Eduardo Brasil, “roubando a cena, a mula que o diga”.

A “causa mortis” do jegue ainda não está de tudo esclarecida, e o que se presume é que tenha sido picado por cobra. O certo é que o “Cinema Catrumano está de luto”, disse o cineasta montes-clarino.

Ele conta que foi difícil encontrar um jegue para ser o companheiro inseparável do protagonista, Zé, chamado Zé do Jegue. Numa região em que o animal já foi abundante, o Sertão de Montes Claros, agora está sendo dizimado e cada dia se torna mais difícil encontrar um exemplar, ainda mais dando sopa por aí, como acontecia em tempos nem tão longínquos assim.

Foi com o empenho de Téo Azevedo, que conseguiu um exemplar recebido como a um grande astro! Não lhe faltaram mimos, bajulações além de carinho durante as filmagens. Ele é visto durante 1h12, puxado pelo dono, que nunca montou nele.

O jegue Serapião teve atenção exclusiva. Tinha um cuidador que o alimentava e o levava para os sets de filmagem, para não cansar o artista.

Para Eduardo Brasil, que sente a morte do jegue como se fosse a de uma gente humana querida, “ele foi um ótimo companheiro”.

Serapião morreu nas matas de Alto Belo, que, inadvertidamente, um dia foi chamada de Pires e Albuquerque, em homenagem a um engenheiro da antiga EFCB, e o poeta repentista Téo Azevedo resgatou o nome alguns anos atrás.

Foi lá que o jegue morreu, para tristeza do Zé, do Eduardo Brasil e dos demais personagens do filme “U ômi qui casô cua mula”.

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