A luta contra a violência de gênero não se limita ao poder público, depende de toda a sociedade civil. | CRÉDITOS: Divulgação
No Brasil, os índices de feminicídio e violações físicas, morais, psicológicas, patrimoniais e sexuais revelam que ainda há muito a ser feito para proteger as mulheres e oferecer mecanismos para
05-12-2024 às 09h13
Keila Freitas*
A campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é um movimento global instituído pela ONU, de conscientização que busca mobilizar a sociedade no enfrentamento a uma das mais graves violações de direitos humanos: a violência de gênero. Essa campanha, que ocorre anualmente, se inicia no dia 20 de novembro no Brasil (Dia da Consciência Negra) e segue até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). O objetivo é promover reflexões e ações que fortaleçam a luta por equidade e dignidade para mulheres e meninas.
A Importância da Conscientização
A violência contra a mulher não é um problema privado; é uma questão estrutural que afeta diretamente o desenvolvimento social. Estima-se que uma em cada três mulheres em todo o mundo já sofreu algum tipo de violência física ou sexual ao longo da vida. Essa realidade alarmante exige esforços conjuntos, pois conscientizar é o primeiro passo para transformar.
No Brasil, os índices de feminicídio e violações físicas, morais, psicológicas, patrimoniais e sexuais revelam que ainda há muito a ser feito para proteger as mulheres e oferecer mecanismos para que elas possam romper o ciclo de violência. Assim, campanhas como os 21 Dias de Ativismo são essenciais para dar visibilidade ao problema, educar a população e cobrar políticas públicas efetivas.
A Sociedade Civil como protagonista.
A luta contra a violência de gênero não se limita ao poder público; ela depende do engajamento de toda a sociedade civil. É por isso que organizações, coletivos e movimentos têm um papel crucial. Por meio de debates, eventos, palestras e manifestações, grupos da sociedade civil têm a capacidade de ampliar o alcance da mensagem e construir redes de apoio.
Eu, como integrante do Grupo Mulheres do Brasil-Belo Horizonte, tenho o orgulho de participar ativamente dessa campanha. Todos os anos, em dezembro, promovemos a Caminhada Contra a Violência à Mulher e Meninas, reunindo pessoas de diversas idades, gêneros e origens para reafirmar nosso compromisso com a causa. Este evento é um momento de união, conscientização e esperança, pois acreditamos que juntos podemos romper barreiras e transformar realidades.
O Caminho para um Futuro Sem Violência
Romper com a cultura da violência exige educação, diálogo e ação contínua. É necessário que a sociedade reconheça que a violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e que todos têm um papel nesse enfrentamento. A mudança começa com cada um de nós: denunciando, apoiando, educando e nunca silenciando diante da injustiça.
Que a campanha dos 21 Dias de Ativismo continue a ser uma ponte para um mundo mais justo, igualitário e seguro para todas as mulheres e meninas. A luta é coletiva, e cada passo dado fortalece o caminho para um futuro em que a violência não tenha mais espaço.
*Keila Freitas é integrante do Grupo Mulheres do Brasil e Advogada Especialista em Direito da Mulher, Direito Cível, Público e Processual Civil.
