
STF julga ex-presidente Jair Bolsonaro - créditos: Agência pública
29-03-2025 às 08h48
Brunello Stancioli (*)
Um trompete anunciou que, nesse principado, temos que fazer o maior número de pessoas confusas, que serão eternamente cativadas. Além desses, há aqueles que só pensam em ser anistiados. Afinal, alguns só passavam por ali e quebraram um vidro.
O ex-presidente senta-se na primeira fila do tribunal, com o intuito de intimidar os juízes. Parentes das vítimas de tortura vão ao julgamento e iam sentar-se… na primeira fila. Queriam intimidar os juízes também?
Uma senhora, a Fátima de Tubarão, que esqueceu o remédio para diarreia em casa, utiliza-se do Supremo para fazer suas necessidades. Afinal, era “dia sim”, de acordo com as regras do ex-presidente.
Tem outros que preferem fazer cabelo e unhas da estátua da Justiça, mas pedem desculpas. Claro, ela não pediu.
O filho foge para os EUA e pensa em dar uma banana ao Brasil, à moda Reginaldo Faria. O homem da banana, dito muito amigo do Presidente (Agente) Laranja, corre o risco de ser deportado… para a República das Bananas?
Uma minuta de golpe chega à mesa do ex-presidente. Normal. Acontece com todo mundo. Quem não vai querer ler? Pode ser uma estratégia do jogo War.
Cogitar o assassinato do presidente, do vice e do Ministro do STF: tranquilo. Quem nunca disse “eu queria que esse Alckmin morresse!”?
Xandão é uma espécie de Jedi, talvez uma variação de Mace Windu, descendo o sabre de luz a rodo.
Bolsonaro vai pegar um carango e fugir para a Argentina? Cogita-se. Mas é tudo perseguição política-judicial. Tudo foi coisa de velhinhas com bíblia e batom, talvez.
E o pior: Zambelli foi a culpada por nosso ex-presidente ter perdido a reeleição. Afinal, sair por aí de arma em punho seguindo os outros era fazer o que o presidente nunca incentivou. Ou fazia algo a respeito? Fato é que ela ficou bem tristonha.
Vai levar um tempo para pôr isso em ordem. Ou não…
(*) Brunello Stancioli é professor na Faculdade de Direito da UFMG
“A opinião de nossos colunistas, cronistas e comentaristas não refletem, necessariamente a opinião do jornal Diário de Minas”