
Palácio da Liberdade - créditos: IEPHA
24-09-2025 às 09h19
Antônio Carlos de Albuquerque
Erguem-te da campa, varões de Minas!
Ao povo mineiro outorgaste uma constituição e a Capital lhe construíste e de todas as prosperidades cumulaste.

Guardados no coração agradecido, conserva o povo mineiro os serviços todos que teu entranhado amor lhe prodigalizou dadivosamente.
Mas, afinal o que vem a ser a Pátria? Em nós há um sentimento grandioso: o patriotismo. O patriotismo é o culto pela pátria; é o amor ardente por tudo que pertence à Pátria.
A Pátria não vem a ser apenas o solo que pisamos. A Pátria é um conjunto de realidades que envolvem e prendem o homem em todos os momentos da vida, e ainda depois da morte. Assim se expressou um sol de Minas, Dom Silvério Gomes Pimenta em suas circulares arquidiocesanas.
A Pátria, resumindo, é a história das realizações e feitos em que nos legaram independência, liberdade e bem-estar.
A sociedade hoje é fonte de conceitos. Mas a sociabilidade brasileira tem frágeis componentes cívicos, isto é uma baixa identificação com os símbolos políticos do Estado e a noção de interesse público. Quem o diz com capacidade ímpar é Bernardo Sorj (Cf. A nova Sociedade Brasileira, Zahar, RJ: 2000).
Há entre nós, cada vez mais acentuada, a enorme distância entre a identidade coletiva de ser brasileiro e os símbolos políticos ou cívicos. Com a perda do apreço e estima ao Estado se desenvolve uma cultura de falta de respeito generalizada à lei e aos feitos dos que nos legaram liberdade. A formação de identidades e a cultura funcionam de forma independente do sistema político. A Capital de Minas está diante de uma situação que comporta uma discussão crítica aberta e mais ampla da sociedade, interrogando antes de alugar. A desgraça de nossos tempos, dentre várias, é também a tendência para tudo estreitar dentro dos horizontes da vida.
Entendemos que as autoridades públicas e representativas de Minas Gerais saberão avaliar o pleito que será diretamente formulado pelas entidades que abraçaram a causa de se posicionar diante de uma justa reivindicação.
*Antônio Carlos de Albuquerque é economista