Todos os anos, os rios desta região formada pelo Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Mucuri, Vale do Rio Doce vivem uma crise hídrica, sempre pior que a do ano anterior.
Em meados de 1727, os bandeirantes, liderados por Sebastião Leme do Prado, descobriram muito ouro em um dos afluentes do Rio Fanado que, por conta disso, o local recebeu o nome de Bom Sucesso. Os comentários de grandes jazidas despertaram o interesse de pequenos garimpeiros faiscadores.
Entre o Rio Fanado e o seu afluente Bom Sucesso iniciou-se o primeiro núcleo populacional, em volta de uma capelinha, erigida para homenagear São Pedro. Desta forma nasceu o Arraial de São Pedro do Fanado, que prosperou muito, e em apenas dois anos depois recebeu o título de Vila do Bom Sucesso do Fanado de Minas Novas, hoje Minas Novas.
Através dos dois principais rios de Minas Novas, Fanado e Bom Sucesso, o Diário de Minas pretende, de agora em diante, abordar a real situação dos rios do nordeste de Minas Gerais.
Todos os anos os rios desta região, formada pelo Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Mucuri e Vale do Rio Doce vivem uma crise hídrica, sempre pior que a do ano anterior. Os prefeitos da região, os deputados federais e estaduais votados lá têm apresentado, até o momento, só providências paliativas, sem nunca resolver definitivamente o problema que se agrava a cada ano.
Nas três regiões mencionadas, centenas de córregos e ribeirões afluentes dos principais rios secaram. Isso levou o governo de Minas Gerais, por intermédio da Copasa, empresa de saneamento do Estado a criar uma empresa subsidiária, a Copanor para buscar meios de conter a carência de abastecimento de água para a população dos distritos, povoados, vilas e comunidades rurais.
Lamentavelmente a Copanor não fez o dever de casa, ou seja, deveria ter enfrentado o problema de forma estratégica, buscando realizar a “recuperação de nascentes”, até mesmo para garantir sua finalidade precípua, mas também econômica. Essas nascentes são consideradas pelos ambientalistas como as artérias dos rios, sem as quais eles estão fadados a morrerem. Portanto, é necessário também realizar o desassoreamento e recuperação da vegetação natural ribeirinha de seus principais afluentes.
Os comitês das bacias dos principais rios de Minas Gerais, ao longo dos anos, se mostraram ineficientes. Apesar de ser uma importante ferramenta à disposição dos prefeitos de cada cidade, não houve mobilização efetiva.
Diante desta triste realidade, algo terá que ser feito com urgência. Os rios principais que banham o nordeste mineiro e abastece suas cidades, a exemplo do Rio Araçuaí, que abastece 12 cidades antes de desembocar no Rio Jequitinhonha, este ainda receberá uma imensa demanda para o beneficiamento do lítio, porque nem todas as empresas que estão indo para a região a fim de explorá-lo conseguirão fazê-lo com beneficiamento a seco.
Demostenes Cesar é narrador esportivo e atua em várias regiões do estado; foi locutor da rádio santa Cruz de Jequitinhonha, Aranãs e Geração e Nova FM de Capelinha, Liberdade FM de Turmalina e da rádio Bom Sucesso de Minas Novas; é editor do jornal esportivo “De Olho no Lance” voltado para o esporte amador e especializado de Minas Gerais.
Soelson Araújo, formado em letras pela PUC-MG, empresário, político, escritor, aprendiz de violino e diretor presidente do jornal Diário de Minas.
Assista abaixo o vídeo sobre a situação do Rio Bom Sucesso e Rio Fanado, que, em um passado não tão distante, eram caudalosos.