03-01-2025 às 09h00
Apolo Heringer Lisboa*
O golpe militar de 1964 foi a derrota política da tentativa pacífica de emplacar um projeto nacional de desenvolvimento econômico de corte social democrático reunindo uma ampla frente competente e popular. Foi a derrota da maior oportunidade do Brasil se desprender de suas amarras neocoloniais e criar um novo país conforme propunha o Programa das Reformas de Base.
1964 foi um divisor de águas infeliz, uma traição perpetrada contra o Brasil cometida pela aliança estabelecida entre a UDN, a direção da Igreja Católica e das FFAA, estupidez de grupos egoístas socialmente interessados em preservar a tradição escravista e …. em conluio subalterno com a política intervencionista dos EEUU. Uma nova análise desse período ainda é essencial pois foi uma grande derrota do Brasil que custou muitas dores.
A guerra civil evitada em 1964 ainda poderá vir a ser uma ameaça. Uma análise da nossa história é importante na definição dos rumos. Onde erramos, onde acertamos. Este o ponto principal dessa retomada.
A postura dos atuais integrantes da cúpula das FFAA, a resiliência incomum da liderança do Lula, com todos problemas que permeiam a política, sobretudo o despreparo dos nossos partidos assim foi que conseguimos uma vitória eleitoral apertada mas fundamental na tomada de posição legalista das instituições sobretudo à partir do 8 de janeiro com a derrota do golpe tentado. Com este foco estamos apurando os crimes mais recentes para desarticular esse núcleo cujas raízes estão no golpe de 1964.
Estavam preparados para comemorar a vitória do golpe no dia seguinte, o 9 de janeiro fazendo alusão simbólica com o Dia do Fico de Pedro I com Bolsonaro desembarcando em Brasília vindo dos EEUU e indo direto ao Palácio do Planalto assumir a presidência. Escapamos por muito pouco.
Precisamos desarmar a bomba e sobretudo avançar com um projeto Brasil bem claro e viável que reúna o povo brasileiro e pacifique a nossa vida social. Lula está com essa função de liderança histórica.
*Apolo Heringer Lisboa
As publicações dos colunistas, cronistas e comentaristas, não representam, necessariamente, a opinião do jornal Diário de Minas