
Com capital árabe, a mineração Tico-Tico comprometeu as águas do Rio Manso CRÉDITOS: Divulgação
Getting your Trinity Audio player ready...
|
Os efluentes da mina chegaram a um afluente do Rio Manso, cujas seguem para a barragem de Rio Manso, que serve as populações da Zona Sul da capital
27-01-2025 às 09h52
Direto da Redação*
Culpando as “chuvas extremas”, a mineração Morro do Ipê não assume a sua imprevidência ao justificar um vazamento da mina Tico-Tico, que atingiu um afluente do Rio Manso, cujas águas servem a boa parte da população belo-horizontina.
É muito fácil jogar a culpa nas chuvas, o difícil é assumir a responsabilidade pelos possíveis erros da empresa cuja composição acionária é formada pela Mubadala, um fundo árabe de “investimento e desenvolvimento” com sede em Abu Dhabi, e pela Trafigura, tida como líder de mercado na indústria global de commodities.
Às nossas autoridades ambientais não basta fica preocupadas e sim ocupadas com a investigação sem complascência do que realmente aconteceu e punir com o rigor necessário porque como se trata de empresa estrangeira, normalmente o que acontece é viram para Minas, abrir os seus buracos para levar as nossas riquezas e pronto, sem deixarem nada mais além dos impostos e as crateras.
Ainda bem que a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Meio Ambiente de Brumadinho determinaram o “embargo temporário” das operações da estrangeira localizada na Região Metropolitana da capital.
A água da mineração transbordou – ela devia prever isso e evitar o sucedido – e provocou o carreamento de sedimentos para a estrada e o Córrego Grande, afluente do Rio Manso.
Técnicos da Feam afirmaram que mais este desastre comprometeu o solo da área de preservação ambiental e os impactos ficarão para a fauna, flora e os recursos hídricos da região.
Em nota, a empresa ao invés de assumir a sua falta de compromisso com o meio ambiente e as populações culpou “as chuvas intensas ocorridas em curto período de tempo contribuíram para o incidente”. O que ela devia ter feito antes está afazendo agora “nos pontos de carreamento de sedimentos e está adotando medidas corretivas”.
Na nota, assegura que “Não houve danos às barragens nem risco à população. O ocorrido foi prontamente informado às autoridades. Como medida preventiva, a Feam determinou, em 20/01/2025, a suspensão temporária das operações”.
Evidentemente que o desastre carece e investigação. Não basta uma “nota oficial” para esclarecer. E se comprovada a imprevidência, a empresa deve ser multada com rigor.