
CRÉDITOS: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
27-07-2025 às 10h21
Direto da Redação*
A Justiça Eleitoral de Minas Gerais acolheu uma denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pode resultar na inelegibilidade do deputado federal Nikolas Ferreira (PL). O caso, aceito na quarta-feira (23), envolve também outros três filiados ao PL: o deputado estadual Bruno Engler, a vereadora Coronel Cláudia e a deputada federal Delegada Sheila.
O grupo é acusado de promover ataques difamatórios contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante as eleições municipais de 2024. Segundo o MP, os parlamentares bolsonaristas teriam distorcido trechos do livro Cobiça, escrito por Fuad em 2020, para desinformar o eleitorado.
A obra, uma ficção ambientada no interior de Minas, contém uma cena de violência sexual contra uma menina de 12 anos — elemento que foi explorado politicamente por Nikolas e aliados, que classificaram o livro como “pornográfico”. Em vídeos publicados nas redes sociais, o deputado sugeriu que “o problema é quando a ficção vira realidade”.
A Justiça Eleitoral determinou a remoção do conteúdo das redes, a pedido da campanha de Fuad. Nikolas, no entanto, descumpriu a ordem judicial e publicou novo vídeo com críticas ao Judiciário.
Fuad Noman, reeleito em 2024, morreu em março deste ano após complicações de um Linfoma não Hodgkin. Ele estava internado desde janeiro tratando uma pneumonia e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
O Ministério Público acusa os quatro políticos de promoverem uma “campanha sistemática de desinformação” e pediu a suspensão dos direitos políticos dos envolvidos. O processo ainda cabe recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) e, posteriormente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nikolas tem dez dias para apresentar sua defesa e arrolar testemunhas. Em publicação nas redes sociais, afirmou ser alvo de perseguição política e disse que o processo busca “calar milhões”. Os demais denunciados não se pronunciaram até o momento.