Créditos: Reuter/Yuri Gripas e Marcelo Camargo.
10-09-2025 às 09h36
Direto da Redação*
O Palácio do Planalto respondeu, na noite desta terça-feira (9), às novas declarações do governo de Donald Trump contra o Brasil. Em comunicado divulgado pelo Itamaraty, o governo brasileiro afirmou que os Três Poderes “não se intimidarão diante de qualquer afronta à soberania nacional”.
A manifestação veio após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarar a jornalistas que Trump “não hesitará em utilizar poder econômico e militar para defender a liberdade de expressão no mundo”, quando questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil, em razão do julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.
Poucas horas depois, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou em suas redes sociais o vídeo com a fala de Leavitt, parte dele traduzido para o português.
No posicionamento oficial, o governo brasileiro condenou “o uso de medidas coercitivas, como sanções econômicas ou ameaças militares, contra a democracia nacional” e destacou que “a proteção da liberdade de expressão começa com a defesa da democracia e o respeito ao voto popular”.
A nota ainda afirma que o país “repudia tentativas de instrumentalizar governos estrangeiros para pressionar instituições brasileiras”.
Mais cedo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também criticou as declarações vindas de Washington. Para ela, “a conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil chegou ao ponto máximo, com a porta-voz de Trump ameaçando até o uso de força militar contra nosso país”.
“Além das tarifas que prejudicam nossas exportações e das sanções contra ministros do governo e do Supremo, agora falam em intervenção para livrar Bolsonaro da prisão. É algo absolutamente inaceitável”, afirmou.
O episódio aprofunda a crise diplomática entre Brasília e Washington, que já vinha se agravando desde o anúncio das sobretaxas impostas por Trump a produtos brasileiros. A tensão levou, inclusive, à convocação do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil para prestar esclarecimentos.
