Volta e meia a gente ouve alguém dizer sobre “comportamento republicano”, como sendo sinônimo de algo politicamente correto. Os tempos são outros e as pessoas também
15-11-2024 às 08h28
Hoje, 15 de novembro, lembramos o movimento liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1889, quando ele derrubou a Monarquia e iniciou a República. Nós que não vivemos a monarquia, não tivemos, portanto, a experiência. A nossa experiência é com regime republicano e ditatorial.
Mas há quem defenda ter acontecido um golpe militar, nos moldes de 1964, com a diferença que acabou com o jugo português.
Como sempre acontece no âmbito político, o movimento contra a monarquia começou da insatisfação com as políticas do império e a partir disso a popularidade do rei se foi caindo, mas evidentemente isso não se deu do dia para a noite, foi um longo processo, mesmo porque naquela época não havia internet, se tivesse poderia ser mais curto.
Mas sabemos o que a história nos contou desde os tempos primários, que o Marechal Deodoro da Fonseca tomou para si o processo, e ao final a gente recorda aquela cena dele de espada em riste proclamando a República, o que fez o regime imperial arrumar as malinhas e partir de navio para Portugal.
Como foi dito acima, não temos a experiência de reinado, mas a de República desde quando se era criança na fase escolar. Portanto, não dá para fazer comparação. Mas que a república nos nossos dias está gerando insatisfação por causa da maneira como ela é praticada, isso é verdade.
Volta e meia a gente ouve alguém dizer sobre “comportamento republicano”, como sendo sinônimo de algo politicamente correto. Os tempos são outros e as pessoas também, mas o Brasil vive República há 135 anos e a sensação é a de que damos passos para trás.
Pela leitura dos acontecimentos verificados no País recentemente, se pode concluir que regredimos ao deixar que um sentimento de ódio tomasse conta de parte da população estimulado por um conjunto de pessoas que utiliza da semântica para transmitir o mal.
Não sei se ainda acontece, mas nos tempos de antanho, essa data, como também a de 7 de setembro, era lembrada com desfile das escolas, principalmente no interior.
Com a informática nos dizendo que não há caminho de volta, as crianças de hoje em dia estão nascendo calçadas de tênis e com um celular na mão.
A essa altura, o importante é fazer reflexão a respeito do nível dessa geração cuja base é forjada em coisas da informática do tipo “tik-tok” e joguinhos viciantes do celular.
A data de hoje será que terá alguma importância para esses jovens carentes de formação política para entender o porquê da qualidade de vida dos dias atuais e a do futuro inimaginado deles.
Alberto Sena – Editor Geral do Diário de Minas