23-08-2024 às 08h:33

Direto da Redação

Os empresários mineiros do minério de ferro e do aço devem tratar, como se diz, de pôr “as barbas de molho”, porque vem aí um “inverno rigoroso” para o setor. E não é o Diário de Minas que está fazendo a previsão, que vem da China, da parte do presidente do conselho do “China Baowu Steel Group”, a maior siderúrgica do mundo, Hu Wangming, e foi publicada pela “Blomberg Línea”.

A questão é a seguinte, a China está dando uma guinada na economia do país. Vai deixando o modelo econômico de investimentos pesados e de construção de moradias, para o modelo de serviços, e essa mudança vai ter consequências, mais precisamente em Minas Gerais, no seu minério e o seu aço.

É que em algum momento do ano 2020, a China atingiu o seu pico de demanda e optou por dar essa guinada. Alguém disse um dia que se os chineses combinarem de, ao mesmo tempo, darem um pulo para cima, ao baterem os pés no chão mexerá com o eixo da terra. Claro, isto é força de expressão, para dizer o quanto os chineses podem impactar negativamente a economia mineira e mundial.

Diante desse quadro pintado com as tintas de Hu Wangmig, a cotação do minério de ferro, que já chegou a quase US$ 220 a tonelada, valor histórico, em 2021, tende a cair do patamar de US$ 100 a tonelada, na medida em que a demanda chinesa for se reduzindo

Essa, segundo o chinês da maior siderúrgica do mundo, será a mais longa retração, “mais fria e mais difícil de suportar” mais do que ele esperava. Se ele que é o maior está com pensamento do tipo, o que os nossos empresários podem esperar?

A saída deles é buscar novos mercados, e neste cenário, a Índia surge como uma grande alternativa. No entanto, convém aos empresários do ramo de minério e aço irem colocando “as barbas de molho”, conforme expressão utilizada na abertura deste texto.

Evidentemente que o impacto dessa transição da economia chinesa irá repercutir no Brasil e no mundo inteiro, o que dará àquele país uma noção do seu poderio econômico.