
As obras da Unidade deverão ser concluídas brevemente, no Centro Industrial Nuclear de Aramar. CRÉDITOS: Divulgação
O desafio será vencido com o apoio financeiro da Finep/MCTI e vai demandar R$ 93,3 milhões, recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
13-02-2025 às 09h05
Direto da Redação*
A construção de uma Unidade de Produção de Hexafluoreto de Urânio (USEXA), com o apoio da Finep/MCTI, é uma planta que dará condições ao Brasil de dominar, em escala industrial, o ciclo completo de energia nuclear. O País conquistará, então, plena autonomia em combustível para reatores nucleares.
Desde os anos 1950, o Brasil busca essa almejada autonomia nacional na área nuclear. Mas foi em 1980, que os nossos técnicos passaram a dominar a tecnologia de enriquecer urânio, por meio da ultracentrifugação, genuinamente nacional. A essa altura, é chegado o momento do domínio completo, com a construção da USEXA.
Importante é realçar que a Marinha está à frente do projeto, por intermédio de empresas do porte da Emgepron – Empresa Gerencial de Projetos Navais –, com a parceria da Amazul.
As obras da Unidade deverão ser concluídas brevemente, no Centro Industrial Nuclear de Aramar. Assim que a planta industrial for entregue, o Brasil fecha o ciclo de desenvolvimento tecnológico e de produção do Hexafluoreto de Urânio (UF₆), composto químico usado no processo de enriquecimento de urânio. E não vai mais precisar importá-lo.
O investimento na chamada Missão 6, de Defesa Nacional, programa Nova Indústria Brasil, vai demandar R$ 93,3 milhões, recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Importante se faz frisar que todo esse avanço é benéfico ao Programa Nuclear da Marinha (PNM) e ao Programa de Submarinos (PROSUB), o que assegura autonomia à MB, na questão de combustível para o Reator do futuro Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA), que se encontra em construção. Essa tecnologia tem, no setor civil, importante aplicação na produção de material nuclear que alimenta as usinas de Angra e também na produção de combustível para reatores de pesquisa.