08-12-2025 às 14h32
Ricardo Baeta*
A Seleção Brasileira volta a campo nesta semana cercada por expectativas e incertezas. O confronto, considerado decisivo para a sequência do ciclo rumo à próxima grande competição internacional, acontece em meio a cobranças crescentes sobre o desempenho da equipe e a estabilidade do comando técnico.
O plantel convocado apresenta novidades importantes. O departamento médico trabalhou intensamente nos últimos dias para recuperar jogadores fundamentais, e a comissão técnica confirmou que alguns atletas chegam “no limite” físico, podendo ter minutos controlados. Entre retornos e ausências, a palavra de ordem é adaptação.
Jogadores jovens ganham cada vez mais espaço. A aposta na renovação tem sido um dos pilares desta fase da Seleção, com destaque para nomes que atuam na Europa e que vêm de boa sequência por seus clubes. Ainda assim, há desconfiança sobre a capacidade de o grupo traduzir esse talento individual em consistência coletiva.
Apesar de um ambiente dividido, internamente o clima é descrito como “concentrado, porém tenso”. A pressão externa — especialmente após resultados recentes abaixo do esperado — é sentida nos treinos. Líderes do elenco têm assumido papel fundamental na manutenção do foco, buscando blindar os mais jovens das críticas.
A preparação tem se concentrado em ajustes táticos e na correção de falhas recorrentes, como a organização defensiva e a eficiência no último terço do campo. A comissão técnica reforça a necessidade de equilíbrio e tomada de decisão mais assertiva.
A posição do treinador segue no centro das discussões. Embora a Confederação Brasileira de Futebol mantenha o discurso público de confiança, dirigentes observam atentamente o desempenho da equipe nesta fase. Uma nova sequência de tropeços poderá reabrir debates internos sobre uma eventual mudança no comando.
O técnico, por sua vez, demonstra serenidade diante das perguntas sobre seu futuro. Em coletiva recente, afirmou que “o foco é o jogo, não especulações”, reforçando a convicção em seu trabalho de reconstrução da equipe.
A torcida, tradicional termômetro da Seleção, vive mistura de ansiedade e desconfiança. Embora reconheçam o potencial da geração atual, muitos cobram identidade tática e resultados expressivos. O próximo jogo, portanto, ganha contornos de prova de fogo para elenco e treinador. Estas são as expectativas do torcedor.
*Ricardo Baeta é comentarista de esporte do Diário de Minas

