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12-11-2025 às 10h08
Direto da Redação*
clima de sintonia que marcou o início da gestão do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) com os vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte parece dar sinais de desgaste. Parlamentares da base aliada têm demonstrado insatisfação com o tratamento recebido pelo Executivo, citando desde atrasos em respostas da Secretaria de Governo até visitas do prefeito a bairros da cidade sem o convite aos representantes locais.
Nos bastidores, o descontentamento é interpretado como um prenúncio de disputa por espaço político às vésperas das eleições de 2026. Um vereador, que preferiu não se identificar, avalia que as relações já estão sendo moldadas com foco no próximo pleito, com prioridades dadas a quem pode contribuir mais eleitoralmente.
De acordo com ele, a Secretaria de Governo, hoje sob o comando de Guilherme Daltro, estaria mais lenta nas respostas e menos aberta ao diálogo. A proximidade entre Damião e o presidente da Câmara, Juliano Lopes (Podemos), também é apontada como um fator que enfraquece o contraponto necessário dentro da Casa. “Infelizmente, isso só prejudica a cidade”, afirmou o parlamentar.
Outro vereador reconhece que há insatisfação crescente na base, especialmente por causa da falta de retorno sobre demandas simples. Ele alerta que o acúmulo de desgastes pode enfraquecer o prefeito em votações importantes. “A impressão é que a equipe ainda está deslumbrada com a PBH e tem pouca efetividade em entregar resultados. Hoje, não haveria votos suficientes para aprovar projetos que exigem 28 votos”, avaliou.
As visitas de Damião a regiões da capital sem a presença dos vereadores locais também geram desconforto. “Isso tem incomodado muito. Bastava enviar uma lista por e-mail, algo simples”, pontuou um parlamentar.
Um interlocutor da Câmara reforçou as críticas, dizendo que o prefeito teria dado tratamento desigual a integrantes da base. “Quem não é visto como relevante é tratado com indiferença. Ser da base deveria significar ter algum privilégio político, mas nem todos têm”, afirmou.
O prefeito Álvaro Damião e o líder do governo na Câmara, vereador Bruno Miranda (PDT), foram procurados, mas não se manifestaram até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.

