Não é possível dar certo um mundo no qual as relações humanas se tornaram as mais egoísticas possíveis. E então a gente fica em reflexão e aproveito para colocar aqui a questão
02-12-2024 às 09:35
Bento Batista*
A matéria publicada pelo Diário de Minas, edição do dia 30 de novembro, sob o título “Sumiço da água”, é no mínimo preocupante. Mas pouco ou nada se pode fazer com preocupação, que precisa ser transformada em ação prática. Nós estamos assistindo o desabar das coisas e continuamos levando a mesma vida de sempre, mesmos hábitos e costumes. As pessoas continuam gastando água do mesmo jeito de sempre. Nos condomínios, as faxineiras lavavam as calçadas com mangueira enquanto conversam com a colega do prédio vizinho. Nada ou pouco mudou em termos de ação praticada das pessoas que só irão acreditar na escassez total quando abrir a torneira e dela só escutar o ronco do cano vazio.
O imediatismo continua o mesmo. O importante para alimentar a individualidade reinante é cada um gastar o que puder e o resto que se dane. Isso vale para o fim da civilidade principalmente no trânsito. As pessoas estacionam os carros de qualquer jeito, conquanto seja para resolver os próprios problemas, não dando a mínima para os outros, sem se importar por estar a cometer irregularidade.
Não é possível dar certo um mundo no qual as relações humanas se tornaram as mais egoísticas possíveis. E então a gente fica em reflexão e aproveito para colocar aqui a questão. Será que as pessoas estão se comportando de modo diferente porque não há informação de como se poder construir uma sociedade cheia de bons princípios?
Claro que há 2024 anos uma maneira correta de viver; tem a cartilha se é que se pode dizer assim, a começar pela frase que devia estar não só na cabeça das pessoas de modo geral, mas no coração – “Amai a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Se não for assim, não tem outro jeito de fazer com que a nossa sociedade dê certo e possamos viver em paz.
Somos mais de 9 bilhões de almas pisando o solo do planeta, cada dia mais agredido para fazer a fortuna de uns poucos que concentram a maior parte do bolo. São ricos pobres de consciência e ciência monetária, porque se soubessem que distribuindo as riquezas ficariam mais ricos ainda, não haveria pobreza no mundo.
A paz de fora depende fundamentalmente da paz interior de cada um dos seres humanos e principalmente dos personagens que dirigem os países. Se há guerra lá fora, como nunca depois da Segunda Guerra Mundial, é porque a força motriz está dentro dos líderes. E em virtude de tudo isso, o retrato da humanidade é o pior de todos os nossos tempos.
Não se pode mudar o todo atuando de fora para dentro. O movimento deve ser de dentro para fora. Cada um cuidando de se melhorar por dentro, como se estivéssemos num Mineirão assistindo à noite um clássico Atlético e Cruzeiro, e, de repente, uma pane desliga as luzes e a gente vê surgir em meio a escuridão uma luz acesa de um isqueiro ou de um palito de fósforo.
As pessoas precisam se acender por dentro para encontrar o caminho porque a continuar da maneira como vão, o fim está escrito nas nuvens densas e negativas que ameaçam cobrir o planeta e ofuscar a luz do sol.