O tronco é de grande circunferência e a copa é frondosa. Só quem não tem olhos de ver não enxerga a beleza dessa árvore, e, então, não me contive, saquei logo de minha câmera fotográfica
29-01-2025 às 09h49
Alberto Sena*
Direto da Redação
Esta paineira da foto, popularmente chamada “barriguda” Paineira-rosa (Ceiba speciosa), está firmemente plantada, até prova em contrário, na pequena praça do Bairro Santo Antônio, que leva o nome de Jofre Alves Pereira, jornalista fundador do “Jornal da Cidade”. Era um noctívago, ele. Não perdia uma festa e tinha trânsito livre em todas as áreas da vida cotidiana da cidade, inclusive nas esferas políticas. Tinha voz grossa, gutural, e um jeito característico de conversar.
Sobre ele falarei mais adiante, porque o que me chamou a atenção, hoje de manhã, ao ir a pé ao Mercado Central a fim de comprar pequi, manga comum chamada assim no Norte de Minas e “sapatinho” por aqui pelas fraldas da Serra Curral del Rey, o que despertou a minha atenção foi a beleza desse exemplar da espécie (Ceiba speciosa).
O tronco é de grande circunferência e a copa é frondosa. Só quem não tem olhos de ver não enxerga a beleza dessa árvore, e, então, não me contive, saquei logo de minha câmera fotográfica e fiz algumas tomadas a fim de mostrar para os amigos e para os que ficam a me espiar sem nada comentar.
Ao encerrar a sessão fotográfica, pensei que eu precisava localizar a árvore para não ficar só nesta de pôr foto sem dizer o local, ou legenda. Como repórter, me sinto no dever de informar, ora, com efeito! Então fui até a placa exposta na parte de cima da praça e vi lá: “Praça Jofre Alves Pereira”.
Assim eu explico a exposição da “barriguda” e a foto do jornalista Jofre Pereira com o presidente Juscelino Kubitschek. E, agora, se me permitem, falo do indigitado, figurinha fácil nas noites de Belo Horizonte.
Contam-se que ele pertencia à direção do Jornal “Diário de Minas”, mas se desentendeu com os seus membros e saiu da empresa a fim de seguir o seu próprio caminho.
Incentivado pelo amigo Gilberto de Andrade Faria, dono do Banco da Lavoura, Jofre entendeu ser o momento de criar o seu próprio jornal. Isto feito, no dia 1° de setembro de 1959 circulou o primeiro número do “Jornal da Cidade”.
Jofre morreu em 1990. O filho dele, Humberto Alves Pereira, assumiu a direção do jornal, ainda em circulação, embora não o tenha visto faz um tempo. O importante é que, se ainda circula, é porque tem a receita de como conviver no dia a dia com a crise dos jornais impressos.