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Savassi foi sonho sonhado por Roberto Drummond

Savassi foi sonho sonhado por Roberto Drummond

Quem conheceu e viveu o dia a dia ali se recorda muito bem porque não há muito tempo Savassi era o metro quadrado que mais irradiava cultura no País.

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07-02-2024 às 09:29h.

Alberto Sena*

A Savassi, denominação surgida da influência de uma padaria instalada ali na confluência de avenidas Getúlio Vargas com Cristóvão Colombo, de propriedade de uma família de origem italiana, já foi o ponto mais atraente da capital dos mineiros.

Disse já foi porque faz alguns anos deixou de ser, sofreu um esvaziamento e hoje em dia tornou um centrão e um lugar de trânsito intenso nas avenidas Cristóvão Colombo, que dá acesso à Avenida Nossa Senhora do Carmo e a BR-040, e a Avenida Getúlio Vargas.

Há os comerciantes resistentes, mas de modo geral, o comércio da Savassi foi vencido a partir da chegada do shopping Pátio Savassi, que inclusive surgiu numa época em que se dizia ser muito mais seguro do que as casas comerciais de rua.

Mas, quem conheceu e viveu o dia a dia ali se recorda muito bem porque não há muito tempo Savassi era o metro quadrado que mais irradiava cultura no País. E essa fama foi cultuada pelo jornalista e escritor Roberto Drummond, que lá está plantado como escultura do artista, escultor Leo Santana, numa homenagem muito justa, porque Savassi ganhou fama elevada pelas crônicas dele, atleticano contumaz.

Só para quem está chegando agora ter uma ideia, na Savassi havia as livrarias Travessa, Status, Mineiriana, Ouvidor, que desapareceram em pouco tempo, e hoje só existe uma, no shopping e Quixote na Rua Fernandes Tourinho.

Savassi já foi sinônimo de padaria, de livraria e agora resta a gastronomia, essa parece ser mais resistente porque diretamente não alimenta a cabeça, mas o estômago. E enquanto se pode comer, ali tem bons restaurantes que preenchem as necessidades de todos, sem preconceito, desde os que frequentam “self service” ou “a la carta”.

Enquanto em seu lugar na praça Roberto Drummond olha de frente para o Leste, a poetisa Henriqueta Lisboa, na Rua Pernambuco quase esquina de Rua Fernandes Tourinho, mira o Norte e os dois, a essa altura, estão estarrecidos com tudo que já se passou por ali, a perda do romantismo de então, coisa que nem as fontes d’água conseguiram resgatar.

Hoje, Savassi ainda representa um bom lugar para ser conhecido e vivido, nem tanto na parte do dia, porque se tornou um lugar de passagem, mas à noite ainda é divertida e porque além de restaurantes, oferece choperias, principalmente no trecho do quarteirão fechado.

Apesar de todos os percalços, a Savassi continua sendo um lugar onde o metro quadrado é um dos mais caros para comprar e o mais caro na hora de alugar. Certamente, essa valorização tem a ver com a localização, está próximo da Praça da Liberdade e em termos de serviços, tem de tudo.

Mas os serviços prestados pelos correios merecem críticas. A agência da Rua Pernambuco, uma das maiores, nesta terça-feira, 06, de manhã, tinha todas as cadeiras tomadas e algumas pessoas em pé, todos esperando atendimento.

A agência possui 11 caixas e apenas dois funcionavam. Numa demonstração de desrespeito ao usuário, que não pode perder uma manhã inteira à espera de atendimento para postar um simples livro. Tudo indica que o patrão está querendo economizar, prejudicando quem quer fazer uma postagem sem perda de tempo.

Na agência dos correios da Rua Paraíba, ainda na Savassi, porém menor, havia quatro caixas, mas só uma funcionava. A fila era de três pessoas. Ainda assim, se pôde constatar que o proprietário quer economizar funcionário. A atendente não confirmou, mas o seu semblante denunciou.

*Editor Geral do DM

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