31-01-2024 às 09:15h.

Direto da Redação

Como disse o médico pediatra Hugo Jansen, de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha (MG), “canarinhos livres” foi uma ideia retirada da cartola, como se fosse algo mágico – e é mágico, porque a alegria que a passarada vem irradiando na cidade, depois que ficaram livres, só pode ter fluído do universo da magia; magia humana.

Ele, Hugo Jansen, a essa altura do percurso do Sol e da Terra em seu movimento de rotação, está a cuidar do atendimento de crianças, ramo da medicina carente de profissionais porque os universitários estão dando preferência a outras especializações.

Certamente, por ele cuidar de crianças possui a sensibilidade de se comunicar até mesmo com os canarinhos da terra, lindos, de canto mavioso, livres, no jardim de sua casa. E não só no jardim da casa dele, mas por toda a cidade, onde foram instaladas, em vários pontos, casinhas, como a da foto para servir de abrigo para os canarinhos.

A ideia frutificou de tal maneira que os poucos mais de 17 mil habitantes de Turmalina se sensibilizaram tanto que participam da campanha, que, a essa altura, não é do médico, mas de todos que ajudam a alimentar os passarinhos com alpiste, fubá e painço.

A música mais constante na cidade não é o tum tum tum mas o canto dos passarinhos.

Disse passarinhos porque outras espécies estão sendo atraídas na esteira dos canarinhos, muitos deles viviam engaiolados e foram libertados em praça pública. Pássaros pretos, sabiás, sofrês, rolinhas marrons e pedrês, Turmalina é séria candidata, em algum eventual concurso, como “a cidade dos canarinhos” ou “cidade dos passarinhos”.

Popularmente conhecido como canário-da-terra ou canário chapinha, que em liberdade habita as chapadas da Cordilheira do Espinhaço, principalmente, possui nome científico “Sicalis flaveola”, integrante da ordem dos “Passeriformes”, isto é, ordem dos passarinhos como um todo.

Os canarinhos chapinhas estão pelo Brasil quase todo, do Maranhão ao Rio Grande do Sul. São encontrados em regiões descampadas dos Cerrados, das Caatingas e dos Campos de Cultura. Têm por hábito andar pelo chão à cata de sementes e de insetos.

Ao contrário do bem-te-vi, os canarinhos são encontrados em bandos, com aves, como se diz, recém nascidas, porque quando chega a época de procriar, vão se formando os casais.

E o bonito é que o macho auxilia a fêmea durante toda a experiência de criar os filhotes.