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Rio Vieira continua cloaca de Montes Claros

Rio Vieira continua cloaca de Montes Claros

O Vieira nasce nas terras da Fazenda Betânea, sudoeste da cidade e toma a direção norte do município, para desaguar a nordeste, no rio Verde Grande, na Fazenda Canací

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22-01-2024 às 12:12h.

Direto da Redação

Poucos dentre os 414.240 habitantes da metrópole do Norte de Minas chamada Montes Claros sabem de onde vem o Rio Vieira usado como a cloaca da cidade. Menos mal que atualmente há uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), da Copasa, que fica depois do Distrito Industrial (DI).

O Vieira nem sempre foi poluído. Nasce nas terras da Fazenda Betânea, sudoeste da cidade e toma a direção norte do município, para desaguar a nordeste, no rio Verde Grande, na Fazenda Canací, município de Capitão Enéas.

 Segundo o ciclista conhecido por toda gente montes-clarina pelo epíteto de Almirante Nelson, que, inclusive sacou as fotos, o Rio Vieira nasce limpo e como atravessa Montes Claros, que o escondeu debaixo da chamada Avenida Sanitária, ele vai recebendo as descargas que o torna uma cloaca.

Com as mudanças climáticas, há sempre risco de o volume de água venha a estourar o asfalto, como aconteceu recentemente em Belo Horizonte, cujo Córrego do Leitão causou um desastre na Avenida Prudente de Moraes e Rua São Paulo.

Lá no exterior, onde os rios foram cobertos – e nós copiamos o modelo – acabaram sendo abertos devido justamente a esse tipo de ocorrência em caso de grandes volumes de água.

Os exemplos vistos no Sul do País são de deixar qualquer um cidadão apreensivo. E como as mudanças climáticas não são previsíveis, tudo poderá acontecer às cidades porque nenhuma está preparada para receber muito volume de chuva duma vez.

A relembrança do Rio Vieira remonta 70 anos atrás, quando ele corria ainda limpo, e a família do senhor José e de dona Elvira, os meus pais, morava na Rua Marechal Deodoro, numa casa de quintal enorme que dava fundos para o dito rio.

Era uma festa! A meninada da época pendurava em cipós verdes e atravessava o rio para lá e para cá, numa alegria que só as crianças conseguem demonstrar espontaneamente.

As relembranças nos servem hoje em dia para medir o tamanho da estupidez humana, de poluir rios, e o resultado de tudo isso, ao longo do tempo, é o estado de coisas vivido nos dias atuais, com tendências nada positivas.

As notícias são de que os resultados obtidos a partir do funcionamento da ETE a situação do item saúde “melhorou expressivamente, com tratamento de 100% dos esgotos, atingindo uma remoção de carga poluente de 97,86% até outubro de 2012”.

O importante é que a melhora “levou à diminuição da taxa de internação e de Mortalidade por doenças diarreicas, resultando numa redução significativa do custo total das internações”.

Entretanto, essas notícias não são recentes e um profissional de Montes Claros – que preservo o nome – disse que a ETE opera nos dias de hoje, “mas deixa muito a desejar”.

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