
Um país assistencialista sempre terá um povo pobre e dependente - créditos: divulgação
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22-06-2025 às 10h00
Editorial – *Soelson Araujo
O Brasil é uma nação marcada por contrastes profundos. De um lado, existe o “Brasil assistencialista”, sustentado por políticas públicas focadas na transferência de renda, como o Bolsa Família, o Auxílio Brasil e outros programas sociais. Essas iniciativas são essenciais para milhões de brasileiros que vivem em situação de vulnerabilidade, especialmente em regiões onde o acesso a empregos formais, educação de qualidade e infraestrutura básica ainda é limitado. Trata-se de um país que depende do Estado para sobreviver, um reflexo das desigualdades históricas que ainda persistem.
Por outro lado, há o “Brasil que produz e desenvolve” — formado por empreendedores, agricultores, trabalhadores da indústria, do comércio, da tecnologia e dos serviços. É o Brasil da inovação, da geração de empregos, da exportação de bens e serviços, da pesquisa científica e da competitividade global. Esse é o Brasil que movimenta a economia e sustenta a arrecadação pública que financia justamente as políticas sociais.
O grande desafio está em conciliar essas duas realidades. O assistencialismo, quando permanente e descolado de políticas de capacitação e inclusão produtiva, pode gerar dependência e estagnação. Já o Brasil que produz, se ignorar as desigualdades sociais, corre o risco de ampliar ainda mais a exclusão e a concentração de renda.
É preciso construir uma ponte entre esses dois Brasis — um modelo que use o assistencialismo como ponto de partida, mas não como ponto final. O ideal é investir em educação, qualificação profissional, infraestrutura e acesso ao crédito para que mais brasileiros possam transitar do Brasil que depende para o Brasil que empreende e prospera.
Um país só se desenvolve de forma sustentável quando cresce com inclusão. O futuro do Brasil está justamente na integração desses dois mundos: garantindo dignidade no presente, mas com os olhos voltados para a autonomia no futuro.
O exemplo dessa dicotomia vem de vários segmentos da economia e está presente em alguns dos estados que mais gera mão de obra e produzem riquezas para o Brasil. Veja o desabafo deste produtor de laranja pokan, que preferiu não se identificar: https://www.youtube.com/watch?v=sWCRzPp5GIw
*Soelson Araujo é empresário, politico , escritor e Ceo do Diario de Minas