O atual rodoanel, antigo e ultrapassado, é palco de acidentes frequentes, com centenas de mortes ao longo dos anos. Acidentes tem impactos negativos diversos, além das injustificáveis mortes.
02-12-2024 às 09:29
Enio Fonseca*
No último dia 29 de novembro, um ônibus perdeu o freio e causou um engavetamento no Anel Rodoviário, afetando diversos veículos e ferindo cerca de 20 pessoas, duas com ferimentos graves. Felizmente este novo acidente não causou mortes.
O atual rodoanel, antigo e ultrapassado, é palco de acidentes frequentes, com centenas de mortes ao longo dos anos. Acidentes tem impactos negativos diversos, além das injustificáveis mortes, como perda de tempo para toda a sociedade, presa nos colossais engarrafamentos que se formam. Cargas que se perdem, consumo excessivo de combustíveis em veículos que não conseguem se locomover minimamente, emissão de gases poluentes, impactos na saúde física e emocional de muitos.
A Sociedade não entende por que o novo rodoanel não foi construído há décadas, quando o atual foi tomado pela urbanização lindeira, o fluxo de veículos sufocou sua capacidade de tráfego, e os acidentes vêm causando anualmente muitas mortes injustificáveis.
O novo Rodoanel já foi licitado pelo governo do Estado e será construído e operado pela empresa Rodoanel, subsidiária brasileira da empresa italiana INC SPA, tem previsão de início ds obras no primeiro semestre de 2025.
Trata-se de um projeto estratégico que promete transformar a infraestrutura da região metropolitana. Com um investimento robusto, a construção dessa nova via trará melhorias significativas, como a redução do tráfego urbano, maior conectividade entre cidades e estímulo ao desenvolvimento econômico local.
Do valor total de R$ 5 bilhões, R$ 3 bilhões são oriundos do acordo com a mineradora Vale pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Os outros R$ 2 bilhões serão investidos pela empresa vencedora do leilão.
O Rodoanel de Belo Horizonte, com seus 100 quilômetros de malha rodoviária, ligará 11 cidades da RMBH. A primeira etapa da construção do Rodoanel BH será de um trecho de 70 km, interligando 8 municípios da Grande BH.
A primeira etapa das obras do Rodoanel Belo Horizonte começa em Sabará, passando por Santa Luzia, Vespasiano e terminando na MG 424.
O segundo trecho começa em Vespasiano, e passa por São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves e termina em Contagem, na altura da BR 040. Por fim, o terceiro trecho engloba contagem e Betim, terminando no contorno da BR 262.
O investimento permitirá a implantação de uma rodovia de classe 0, a primeira do Estado de Minas Gerais, que terá um traçado moderno, seguro e contará com uma tecnologia de ponta, garantindo uma viagem tranquila para todos os usuários, permitindo a redução de tempo de viagem entre 30 e 50 minutos, tanto para mobilidade urbana, quanto para transporte de cargas, e redução do fluxo de aproximadamente 5 mil caminhões na área urbana da capital.
As obras do Rodoanel Belo Horizonte permitirão que o Estado de Minas Gerais entre em uma nova fase de logística de cargas, criando oportunidades de desenvolvimento e implantação de novas empresas e negócios em toda a região metropolitana de Belo Horizonte.
Para a economia da RMBH, o Rodoanel de Belo Horizonte proporcionará um aumento de 7% a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos, crescimento da produção entre 0,8% e 1,3% no mesmo período. Geração de até 15 mil empregos diretos e indiretos, expansão e desenvolvimento das cidades próximas à construção do Rodoanel BH.
Esta nova infraestrutura evitará ainda 200 óbitos, 1.000 acidentes ao ano, diminuirá 30 a 50 minutos de trânsito na região do atual Anel Rodoviário, menos 30% do tráfego central ao longo da concessão, menos 5.000 veículos comerciais nos limites de BH e redução de 10% de emissão de CO2.
Apesar de trazer diversos benefícios, as obras do Rodoanel Belo Horizonte são alvo de críticas das prefeituras de Contagem e Betim, que apontam problemas na divisão de bairros e impactos sociais em comunidades locais.
Esta questão e todos os impactos sociais e ambientais estão sendo avaliados pelo governo do Estado.
Os Estudos de diagnóstico ambiental já estão sendo realizados e os procedimentos adotados estão sendo analisados pela Fundação Estadual de Meio Ambiente- FEAM, através de relatórios EIA/RIMA, que levanta a caracterização pelo Rodoanel de todas as atividades exercidas na região e todos os impactos inerentes são identificados por meio de estudos técnicos que permitirão, se aprovados, a emissão da necessárias Licenças Prévia, de Instalação e Operação.
O governo de Minas publicou em julho um decreto que declara de utilidade pública terrenos que somam mais de 14 milhões de metros quadrados para a construção do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte.
Que venha logo o novo Rodoanel!!!
*Enio Fonseca é CEO da Pack Of Wolves Assessoria Socioambiental, foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam, Superintendente de Gestão Ambiental do Grupo Cemig, membro da Alagro