Cruzeiro e Racing se enfrentam em Assunção hoje, 23, sábado, sendo uma logística mais adaptável para os cruzeirenses e torcedores do Racing.
23-11-2024 às 08h08
Ricardo Baeta*
Desde 2019 a Confederação Sul Americana de Futebol – CONMEBOL instituiu a final única em suas competições copiando o modelo que a muitos anos funciona nas decisões de competições europeias. O jogo único determina o campeão das ligas. Em se tratando da Europa, funciona muito bem por vários fatores. Países mais desenvolvidos, sendo as distâncias encurtadas pelo uso de transportes de ponta como o Trem de Grande Velocidade (TGV), valores interessantes para transporte aéreo e estradas dignas e seguras para quem opta pelo transporte terrestre. São elementos que com certeza contribuem para a realização de uma final única com sede escolhida com antecedência.
Todavia, quando nos deparamos com a América do Sul, o panorama é completamente inverso. Renda Per Capta abaixo do considerado ideal, estradas perigosas, passagens aéreas de alto custo e claro o continente não possui a opção de trens de alta velocidade entre países. Este cenário foi evidente na final entre Fortaleza e LDU de Quito sendo em uma final realizada no Uruguai. Torcedores do Nordeste do Brasil e da América Andina que se deslocaram para esta final tiveram de viajar milhares de Quilômetros nas condições elencadas acima. Na final entre Club Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino em Montevidéu, houve distribuição gratuita de ingressos devido à baixa demanda de público. Quando a localização ajuda a logística, fica mais fácil.
Cruzeiro e Racing se enfrentam em Assunção hoje, 23, sendo uma logística mais adaptável para os cruzeirenses e torcedores do Racing. Mas quando a cidade do país escolhido está fora do raio dos finalistas? Entendo que o local destas decisões deveria ser escolhido assim da definição dos finalistas o que facilitaria a jornada dos torcedores. Para finalizar teremos Atlético MG e Botafogo na final da Libertadores. Dois clubes Brasileiros tendo de se deslocar para a bela Buenos Aires para decidirem o campeonato. Tenho certeza que dois clubes do mesmo país decidissem em um estádio ou cidade neutra do próprio país, seria melhor para todos, seja no quesito logística, economia e satisfação.
Destarte, final única é algo “único” e que deve ser preservado. Mas a forma de escolha da sede deve ser repensada pelos Dirigentes. Boa sorte ao Cruzeiro no próximo sábado e para Atlético e Botafogo no dia 30 de novembro.
*Ricardo Baeta é contador e apaixonado por futebol e colunista do Diário de Minas