O ânodo de nióbio com tecnologia XNO é uma inovação na área de baterias, segundo a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) mormente as de íon-lítio, que visa melhorar o desempenho, a durabilidade e ajuda no carregamento ultrarrápido.
17-11-2024 às 09h39
Direto da Redação
As baterias de carregamento ultrarrápido ficarão melhores a partir do nióbio de Araxá, no Alto Paranaíba onde a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) vai gastar R$ 2,2 bilhões para se instalar no município uma nova planta e precisará da mão de obra de 130 pessoas diretamente. Trata-se da primeira unidade do mundo para produção de ânodo de nióbio, título que, no campo econômico, certamente causará impacto positivo.
Romeu Zema (Novo) foi representado pelo governador em exercício, Mateus Simões (Novo) no ato de inauguração da unidade, lembrando que Araxá é a terra do governador.
O ânodo de nióbio com tecnologia XNO é uma inovação na área de baterias, segundo a CBMM mormente as de íon-lítio, para melhorar o desempenho, a durabilidade e ajuda no carregamento ultrarrápido.
“Esperamos um crescimento acelerado no setor de baterias nos próximos anos. Assim, estamos orgulhosos de comemorar os frutos desta parceria que reforça nosso Plano de Sustentabilidade e se alinha às tendências globais de descarbonização e promoção da eletrificação”, disse Ricardo Lima, o CEO da CBMM.
O nióbio é metal de alta resistência à corrosão e de condutividade de primeira, substitui parcialmente o grafite tradicional. A capacidade de lidar melhor com cargas rápidas sem degradar rápido e de suportar mais ciclos de carga e descarga são vantagens da tecnologia.
Para o vice governador, este é mais um exemplo, “com muito investimento em pesquisa, a inauguração de uma planta nova sem par no mundo, e que temos certeza que vai representar uma nova etapa para esse momento de transição energética em Minas”, afirmou.
Para inaugurar a planta desenvolvida a CBMM conta com a parceria da Echion Technologies, empresa britânica reconhecida por inovações no segmento de baterias.
Três mil toneladas ano será a capacidade da nova instalação para óxidos mistos para baterias, sendo que 2 mil toneladas são focadas na tecnologia XNO, que é o material de ânodo de bateria de nióbio da Echion, usado nas baterias de íon de lítio com carregamento ultrarrápido.
É sabido que 98% dos depósitos de nióbio no mundo estão no Brasil, segundo reza o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que foi extinto em 2018 e virou Agência Nacional de Mineração (ANM). As reservas brasileiras chegam 842,4 milhões de toneladas. O curioso é que Araxá concentra 75% do total, enquanto 21% estão em depósitos não comerciais na Amazônia e 4% localizam-se em Catalão (GO). Os chineses estão em Goiás representados pela CMOC International Brasil, subsidiária da mineradora China Molybdenum. As duas minas brasileiras respondem por 82% do nióbio vendido no mundo, em torno de 120 mil toneladas (t) por ano – a CBMM produz 90 mil t e a CMOC em torno de 9 mil t.
Fica no ar uma pergunta: dessa movimentação econômica toda em torno do nióbio, o que essas empresas que extraem importante metal investem no social, para melhor a qualidade de vida das famílias que estão no entorno das minas? Seria o caso de tornarem público também o que oferecem em consideração aos moradores que sofrem o impacto da exploração. Se é que se importam com as pessoas que antes não tinham os problemas que certamente enfrentam no dia a dia.