Senador Flávio Bolsonaro e Pastor Silas Malafaia - créditos: divulgação
23-12-2025 às 14h00
Samuel Arruda*
O pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do país e figura influente no bolsonarismo, tem reagido de forma crítica à pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República nas eleições de 2026.
Em declarações a veículos de imprensa e em publicações nas redes sociais, Malafaia afirmou que a forma como Flávio Bolsonaro se colocou como nome para a disputa foi precipitada e mal articulada. O pastor disse que a decisão atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro teria ocorrido em um momento de fragilidade emocional, e que ele próprio “não vai engolir” a indicação dada dessa maneira.
Malafaia ressaltou que não possui oposição pessoal ao senador, reconhecendo que ele tem competência, mas avaliou que lhe falta “musculatura política” para enfrentar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
“A rejeição de Flávio é a mesma de Bolsonaro e a de Lula, que também é grande. A de Tarcísio é bem mais baixa… É como se o povo dissesse: ‘nós não queremos Lula, mas também não queremos um Bolsonaro para presidente’”, afirmou o pastor.
Antes mesmo da posição mais recente, Malafaia havia usado as redes sociais para criticar o que chamou de “amadorismo da direita” diante da candidatura de Flávio Bolsonaro, afirmando que isso “faz a esquerda dar gargalhadas”. Em posts no X (antigo Twitter), ele disse que sua mensagem não era “nem contra nem a favor de ninguém” – sinalizando insatisfação com a condução do processo dentro do campo conservador.
Em vez de apoiar Flávio Bolsonaro, o pastor defendeu uma chapa alternativa que considere mais competitiva, com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na vice-presidência. Segundo ele, essa composição poderia atrair apoio mais amplo, incluindo eleitores evangélicos, mulheres conservadoras e eleitores do Nordeste.
O posicionamento de Malafaia surge em meio a um cenário de debate dentro da direita sobre quem deve suceder Jair Bolsonaro, que enfrenta inelegibilidade e desafios judiciais. Enquanto alguns nomes do PL e aliados mais próximos apoiam a pré-candidatura de Flávio, vozes como a de Malafaia pedem mais diálogo e estratégia para fortalecer a chance eleitoral em 2026.
*Samuel Arruda é jornalista e articulista

