Carlos Drummond de Andrade, farmacêutico, poeta, escritor e jornalista - créditos: divulgação
11-11-2025 às 09h50
Direto da Redação
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizou, nessa sexta-feira (7), uma programação especial em homenagem aos 100 anos da formatura de Carlos Drummond de Andrade no curso de Farmácia. O poeta, nascido em Itabira, graduou-se pela instituição em 25 de dezembro de 1925, antes de se tornar um dos maiores nomes da literatura brasileira.
A celebração aconteceu na Faculdade de Farmácia da UFMG, em Belo Horizonte, com uma série de atividades abertas ao público. O evento é promovido pela Faculdade de Farmácia, em parceria com o seu Centro de Memória (Cemefar), o Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) e a Pró-reitoria de Cultura (Procult).
A programação teve início com o lançamento do documentário “Drummond: a farmacologia das palavras”, produzido pela TV UFMG, que apresenta a relação do escritor com sua formação e com a profissão de farmacêutico. Em seguida, o público pode acompanhar a apresentação “Pedras, palavras e silêncio: o universo de Drummond”, a leitura dramática “Drummond e a pharmácia: 100 anos de uma formatura”, com o ator Odilon Esteves, e o debate “Drummond: entre a farmácia e a poesia”. O encerramento foi marcado pelo descerramento de uma placa comemorativa em homenagem ao poeta.
Segundo a diretora da Faculdade de Farmácia, Ana Paula Lucas Mota, o olhar sensível de Drummond reflete a essência do cuidado presente na profissão farmacêutica.
“Assim como os remédios curam as dores do corpo, as palavras podem curar as dores da alma”, destacou.
A superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Vanessa Faria, ressalta que a homenagem da UFMG foi um gesto de preservação e valorização do legado do poeta.
“Celebrar Drummond é reafirmar o poder da cultura e da palavra como instrumentos de transformação humana”, afirmou.
Além da trajetória acadêmica, a UFMG também recorda a atuação de Drummond no jornalismo mineiro, especialmente sua passagem pelo Diário de Minas, periódico de grande relevância cultural e política na década de 1920. Lá, o poeta atuou como editor-geral, coordenando a redação e publicando crônicas, ensaios e artigos de crítica social. A experiência jornalística de Drummond foi decisiva para o amadurecimento de sua escrita, conferindo-lhe o olhar irônico e humano que marcaria toda a sua obra literária.
Ao completar um século de sua formatura, a universidade celebrou não apenas o Drummond farmacêutico, mas também o Drummond jornalista, cronista e poeta, cuja sensibilidade atravessa fronteiras entre a ciência e a arte, entre o cuidado e a criação.

