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17-10-2025 às 11h05
Direto da Redação*
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura suspeitas de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teve uma sessão marcada por disputas políticas nesta quinta-feira (16). Os parlamentares decidiram rejeitar a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e aprovaram requerimentos que pedem ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) o envio de relatórios sobre movimentações financeiras do advogado Eli Cohen.
O pedido para ouvir Frei Chico, apresentado por integrantes da oposição, foi derrubado por 19 votos a 11. Os deputados e senadores da base governista argumentaram que a convocação não tinha relação direta com o foco principal das investigações — as irregularidades em descontos realizados em benefícios de aposentados. Já a oposição defendeu que o depoimento seria importante para esclarecer o envolvimento de entidades sindicais no esquema.
Em contrapartida, os membros da CPMI aprovaram o requerimento para que o Coaf encaminhe os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) de Eli Cohen, apontado como uma das figuras ligadas às transações suspeitas envolvendo o INSS e associações que descontavam valores indevidos de beneficiários.
Durante a mesma sessão, o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, compareceu à comissão, mas se recusou a responder às perguntas dos parlamentares. Amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele exerceu o direito ao silêncio. Stefanutto é citado em apurações que investigam o suposto envolvimento de gestores públicos e representantes de entidades privadas em irregularidades ocorridas entre 2023 e 2024.
A decisão de rejeitar a convocação de Frei Chico e o silêncio de Stefanutto aumentaram as tensões dentro da CPMI, que segue tentando avançar nas investigações. Os parlamentares avaliam que o acesso aos dados financeiros solicitados ao Coaf será essencial para rastrear movimentações e entender a dimensão do esquema.
A comissão voltará a se reunir na próxima semana para votar novos requerimentos e discutir o cronograma das próximas oitivas.