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Viva a profissão de jornalista!

Viva a profissão de jornalista!

O mais importante é o trabalho executado, de repórter de setor (classificação antiga), a repórter, noticiarista, redator e editor de Agropecuária, Meio Ambiente e Economia.

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22-02-2024 às 09h:25

Alberto Sena

Hoje, 22 de fevereiro, faço 52 anos de imprensa belo-horizontina, vindo de Montes Claros. Experiência de vida é algo individual e intransferível, mas pode ser contada por meio de aconselhamentos e coisas do gênero. Isso vale para todos os segmentos da vida pessoal e profissional.

Confesso ter ficado surpreso com a revelação de um colega de profissão sobre os seus anos como jornalista profissional: “Infelizmente, não tenho saudade deste tempo de escravo da notícia da grande imprensa”, disse ele. Antes, revelou ter sido algumas vezes “objurgado”.

Nos comentários relativos à postagem do colega, se pôde ler alguns também infelizes na profissão, o que acabou por me levar a escrever este artigo justo neste dia 22, e nele mostro o outro lado da questão.

O dia dedicado ao jornalista é 7 de abril, mas o Jornalismo deve ser reportado todo dia. Particularmente nada tenho a queixar da profissão, iniciada aos 17 anos, em Montes Claros, no Norte de Minas, onde nasci. Foi de uma forma a mais espontânea possível. “Sem prisão de ventre”, como diria o colega e amigo escritor e jornalista Wander Piroli.

A mesma coisa se deu no jornal Estado de Minas, onde fui levado pelas mãos do amigo conterrâneo jornalista Robson Costa e apresentado ao editor Geral Cyro Siqueira. Lá trabalhei por 24 anos.

Para lembrar o conterrâneo Alair Almeida, jornalista e radialista da Rádio Guarani AM e Onda Rural (Ondas curtas), da vida “não tenho nada a queixar, s’eu queixo é de burro”. (Dá a entender que o queixo – do outro – é de burro).

Momentos tormentosos aconteceram, mas ficaram soterrados pela alegria proporcionada pela profissão.

Só não tive tempo de ganhar dinheiro, porque isso não é o mais importante. O mais importante foi o trabalho executado e ainda a executar a cada dia. Na época, passei de repórter de setor (classificação antiga), a repórter, noticiarista, redator e editor de Agropecuária, Abastecimento, Meio Ambiente e Economia.

A profissão de jornalista me concedeu a oportunidade de dar volta ao mundo. Europa (Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Holanda), os Estados Unidos, a América do Sul quase toda, a Ásia (Japão, Hong-Kong, China, Tailândia) África do Sul e Israel, por meio do jornal, sempre a trabalho.

Talvez, não tivesse oportunidade de estar em tantos lugares se precisasse usar de recursos próprios.

Em junho de 1996, fui demitido pelo ex-vice-governador, Mares Guia, que pediu a minha cabeça ao então diretor Executivo e ao diretor de Redação, e eles deram.

Com o passar dos dias conclui ter sido a melhor coisa que havia me acontecido, na ocasião – a demissão – não em relação à instituição Jornal, mas o ter de conviver com determinadas pessoas.

Entretanto, alguns anos depois recebi uma indenização, e posso dizer que, com uma pequena parte fizemos – eu e minha companheira – duas vezes o Caminho de Santiago de Compostela, na França e na Espanha, até a milenar Catedral da bela, universitária e culta cidade de Santiago.

Escrevi um livro, 15 anos depois, **Nos Pirineus Da Alma, onde conto a nossa experiência de, a pé, com mochilas nas costas, percorrer 1.300 quilômetros (500 mais 800) a partir de Burgos, e depois, de San-Jean-De-Pied-De-Port, na França, e subir os Pirineus franceses até a Catedral de Compostela, em Santiago, na Espanha.

*Editor Geral do DM

**Autor do livro Nos Pirineus da Alma, capa de Sílvia Batista

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