A pergunta é: o que queremos para o Ano Novo? O calendário se renova. É tempo de planejamentos, de renovação das esperanças, de travar novas batalhas, de buscar novos sonhos.
31-12-2024 às 09h55
Daniela Rodrigues Machado Vilela *
A data da virada do ano é, para uns, tempo de exagero, oba-oba desnecessário.
Para outros, tempo de tristeza, uma certa depressão e angústia. É chegado o momento de fazer as contas do que ocorreu de bom e ruim. É um torvelinho de emoções.
Observar os centros de compra lotados de indivíduos que gastam até o que não possuem de recursos. Por outro lado, está a miséria dos que não fazem parte do sistema.
Isto é a materialização do recorte dos extremos, que fica evidente e perceptível.
O que esperar e desejar do Ano Novo? Para uns, é momento de alegria, efusão.
Arroubos de gastança, jogos de fogos no céu, festanças, churrascos e bebedeiras.
Para outros, é tempo de tristeza, angústia, depressão, desassossego. Dada, por exemplo, a imposição de reencontrar familiares com os quais, muitas vezes, não se tem afinidade ou vontade de rever.
Enfim, ninguém escapa a fazer um balanço do ano que passou, seja por opção ou imposição do momento.
A pergunta é: o que queremos para o Ano Novo? O calendário se renova. É tempo de planejamentos, de renovação das esperanças, de travar novas batalhas, de buscar novos sonhos. Tudo de algum modo, recomeça. Há o que temos chance de mudar e há o que está posto e com o que temos de lidar, como as perdas de pessoas queridas.
Mas o que faz sentido para você, pelo que deseja lutar? Isto te trará efetivamente satisfação? Tem quem diga que o grande sentido da vida de cada um é o que este acredita e no que coloca valor. Felicidade não parece ser ponto de chegada, mas apreciar a caminhada da vida.
Há os adeptos de que a felicidade tem mais a ver com uma ausência de energias negativas e com um certo grau de positividade, de satisfação, gratidão com o que se possui e reconhecimento da própria jornada.
Nas festividades de virada de ano, uns estarão felizes, já outros, tristes, perplexos, apáticos. Que cada um tenha seu tempo e respeitadas suas emoções, não é momento para imposições.
Esta época do ano tem seus simbolismos, as oferendas que alguns fazem de acordo com seus credos religiosos, as roupas e suas cores para a festa de réveillon. Que cada um se permita ser e fazer o que lhe pareça mais confortável e lhe desperte contentamento.
Parte das pessoas se questiona sobre as festas de fim de ano e qual seu significado.
Talvez a grande questão seja ser coerente com o que cada um estabelece como valor e prioridade, com seus objetivos, seu momento e visão particular.
Que cada um dê à vida o propósito que lhe fizer sentido. Desfrute o momento presente. Não negue a dor de viver. Comprometa-se consigo e com o que lhe faz bem.
Ouça-se, oportunize-se. É tempo de recomeços, de buscar sabedoria para ter uma vida mais equilibrada. Um brinde! Feliz Ano Novo!
*Doutora, Mestra e Especialista em Direito pela UFMG. Atualmente, Residente Pós-Doutoral pela também UFMG, com financiamento público da Fapemig. Professora convidada no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.