
Residência de Jair Bolsonaro no Condomínio Solar de Brasília DF - créditos: divulgação
28-08-2025 às 12h00
Direto da Redação
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia do Distrito Federal, por recomendação da diretoria da PF – Polícia Federal, faça a guarda internamente da residência de Jair Bolsonaro no condomínio Solar de Brasília com a finalidade de evitar uma possível fuga do ex-presidente. Os agentes penais permanecerão à paisana e sem armas até o dia 02/08, dia que se inicia o julgamento.
O Brasil assiste, mais uma vez, a um capítulo tenso e profundamente doloroso da sua história recente. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro não é apenas um acontecimento político — é um sintoma de uma nação dividida, cansada e emocionalmente exaurida.
Independentemente de posicionamentos partidários, é impossível ignorar o impacto humano dessa situação. Ver um ex-chefe de Estado — que liderou milhões de brasileiros, apesar de sua postura controversa — agora recolhido à reclusão em sua própria casa, evoca uma sensação de fim de ciclo e, talvez, de oportunidade perdida para a reconciliação nacional.
Enquanto isso, as redes sociais se tornam palcos de guerra. De um lado, apoiadores do presidente Lula comemoram como se estivessem vencendo um inimigo pessoal. Do outro, bolsonaristas gritam por injustiça, sentindo-se perseguidos, esquecidos, traídos. O que deveria ser um momento de profunda reflexão nacional transforma-se em mais lenha na fogueira do ódio.
A polarização já ultrapassou os limites do saudável. Tornou-se um vício coletivo, uma raiva cultivada com orgulho. Amigos não se falam mais. Famílias se dividem. O “nós contra eles” virou regra, não exceção.
Talvez a prisão domiciliar de Bolsonaro, mais do que um episódio jurídico, seja um espelho. Um chamado à consciência. Um alerta de que estamos perdendo a capacidade de ouvir o outro, de construir pontes, de sonhar juntos um país mais justo, mais unido, mais humano.
Chegou a hora de parar de transformar adversários em inimigos. De olhar além das paixões políticas. Porque, no fim, o Brasil é maior do que qualquer liderança — e mais precioso do que qualquer disputa.