Diferentemente dos outros aquíferos brasileiros, em Minas, especialmente no chamado quadrilátero ferrífero, os aquíferos estão dentro das rochas de minério de ferro.
18-12-2024 às 09h14
Direto da Redação
A antiga Companhia Vale do Rio Doce, hoje – depois dos desastres do rompimento de duas barragens, em Mariana e Brumadinho, tornou-se só Vale S.A – tem se demonstrado como toda poderosa, e sabem onde ela quer meter as suas máquinas na exploração de minério de ferro agora? Na Serra do Gandarela santuário natural à cerca de 40 quilômetros de Belo Horizonte; parte do parque estará dentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para localizar bem o ponto, fica entre a Serra do Caraça e a Serra da Piedade, alcançando os municípios de Barão de Cocais, Caeté, Santa Bárbara, Rio Acima, Raposos e Itabirito.
O geólogo Paulo Rodrigues, pesquisador e professor do programa de pós-graduação do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) disse em entrevista que circula pela internet: a Serra do Gandarela é um dos raros aquíferos de Minas Gerais, daí o temor de as máquinas da Vale comprometerem essa nossa reserva de água em futuro próximo.
Como explica o geólogo, diferentemente dos outros aquíferos brasileiros, em Minas, especialmente no chamado quadrilátero ferrífero, os aquíferos estão dentro das rochas de minério de ferro.
Em Minas restam poucos aquíferos preservados e um deles está na Serra do Gandarela, e a Vale apresentou um projeto de mineração nela. As rochas de minério de ferro guardam o que é um sistema natural de coleta lenta de água da chuva e aos pouquinhos filtram para o subsolo. Nas palavras do geólogo o aquífero armazena água e depois doa, fazendo que brote em nascentes para abastecer os rios.
O que as pessoas normalmente não sabem, é que as rochas de minério possuem uma faixa chamada Cauê, responsável por 80% da água subterrânea de toda essa área.
O Cauê que está no minério de ferro é que se pode chamar de filé mignon.
Depois dessa entrevista do geólogo é que se pode entender o porquê de há décadas existir uma fábrica chamada Cauê, com sede em São Paulo, mas com tentáculos em vários lugares. Inclusive fechou em Minas, uma em Pedro Leopoldo, depois de 66 anos, devido à “crise econômica”, conforme a justificativa. O Cauê já era velho conhecido dela.