
A intensa extração de água subterrânea reduz o fluxo de rios no Brasil porque a água está sendo absorvida pelo subsolo. CRÉDITOS: Divulgação
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16-06-2025 às 09h42
Direto da Redação*
Se não houver uma ação coordenada e integrada para gestão das águas; se não houver um monitoramento amplo e exames localizados e uma revisão da burocracia para incentivar o registro de poços de extração de água e principalmente um trabalho de conscientização pública sobre a necessidade urgente de promover uma gestão sustentável das águas subterrâneas, um desastre ambiental e socioeconômico se instalará na vida desta e das futuras gerações.
Não se trata de nenhum acidente natural, mas de ações antrópicas frutos da ânsia e da ganância do agronegócio e congeneres que acham ter descoberto um veio de ouro ao expandir a produção de grãos sem levar em conta que, de tanto extrair água subterrânea para aguar as plantações, os rios estão secando na mesma proporção dos lucros obtidos pelos empresários.
Em outras palavras, o que ocorre encaixa direitinho naquela história antiga de “a morte da galinha de ovos de ouro”,
O que está acontecendo já confirma os alertas feitas anteriormente por ambientalistas, enquanto o poder econômico parece fazer ouvidos moucos e só despertarão para o desastre quando este for uma realidade, o que irá doer no bolso e no físico de cada um deles e dos demais seres semelhantes que dependem de água para plantar e principalmente para beber.
A intensa extração de água subterrânea reduz o fluxo de rios no Brasil porque a água está sendo absorvida pelo subsolo. É uma tragédia anunciada que só poderá ser atacada com as medidas registradas no início deste texto.
Segundo estudo recente, as bacias dos rioss São Francisco e Verde Grande, fundamentais para as atividades agrícolas e econômicas, mormente na região Matopiba, a vulnerabilidade é visível a olho nu. Até 74% dos rios da bacia do Rio Verde Grande estão afetados pelo fenômeno antrópico. Uma pesquisa analisou 17.972 poços e obteve o resultado no mínimo assustador: em 55,4% deles os níveis de água são inferiores aos dos rios próximos, apresentando perda de vazão fluvial para os aquíferos.
Apesar dos resultados, não se pode dizer de modo conclusivo que o fenômeno é causado pelo uso descontrolado das águas subterrâneas, mas tudo indica que sim. Mormente nas áreas mais secas. Até já lembram exemplos preocupantes como os que ocorrem na Califórnia, nos Estados Unidos da América do Norte, na Índia e no Irã
A coisa está tão descontrolada que há 80% de poços ilegais e não registrados no Brasil, que retiram todos os dias do ano volume enorme de água e causam a sobrecarga dos aquíferos, o que resulta na diminuição do fluxo dos rios.