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31-03-2025 às 10h53
Rufino Fialho Filho*
Estou triste e esta tristeza tem ilhas que me isolam do mundo real. Na Ilha Dor. Isolado. Em oceanos onde naufragamos, solitários, perdidos, sozinhos, estranhamente sozinhos, em meio a tantos elementos, em meio a tanta água que nos envolve e nos sufocam, afogam, água, pessoas e águas, lembranças, sonhos, vontades, vontades indefinidas, vontades definidas.
Eu quero o amor, eu não quero a distância, o isolamento. Eu sofro porque eu amo aquela mulher.
Por que, então, você não vai até ela?
E diz:
-Eu te amo.
A dificuldade está aí.
(As 176 maneiras de dizer eu te amo. Era uma série americana. Ouvi os anúncios, comecei a ver a série. Via apenas as imagens de barcos, mar, praia, casas).
Menina,
“Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita, é bonita.
“A vida devia ser bem melhor e será, mas isto não impede que eu repita é bonita, é bonita”
Ouço Gonzaguinha e penso na vida, nas nossas lutas e guardo muitas certezas e dúvidas.
Dúvidas sobre o mundo e o homem. Milhares de certezas sobre nosso pequeno viver: nós dois do nosso jeito éramos felizes. Fomos muito felizes.
Dias depois, consegui dizer o que não conseguia.
Foi a última coisa que disse para Dorotéia.
E nos separamos. Definitivamente.
* Rufino Fialho Filho é jornalista