
Interferência de Trump (EUA) no judiciário brasileiro prejudica oposição - créditos: Jornal Impresso
03-09-2025 às 11h30
Direto da Redação
A expectativa de mobilizações bolsonaristas no 7 de Setembro, somada à intervenção de Donald Trump, tem sido usada como estratégia da oposição para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com início do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.
A tentativa de interferência do presidente dos EUA, ao ameaçar o Brasil com as sanções e imposição da Lei Magnitsky a ministros do STF – Supremo Tribunal Federal, escancara uma inaceitável ingerência estrangeira sobre decisões do Judiciário brasileiro.
Lideranças bolsonaristas têm repercutido essas ameaças como uma forma de constranger ministros do STF. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, chegou a afirmar publicamente que “não se trata de ameaças, só aviso”, referindo-se a possíveis sanções dos EUA, citando o ministro Alexandre de Moraes como alvo anterior. Tal declaração, além de irresponsável, revela um movimento coordenado para deslegitimar o processo judicial e enfraquecer as instituições democráticas do país.
O julgamento, que começou nesta terça-feira (2), foi conduzido pela Primeira Turma do STF julgando Bolsonaro e outros sete réus. Juristas críticos do processo apontam falhas como a aceleração incomum, supostos impedimentos não declarados de magistrados e a não submissão do caso ao plenário completo da Corte. Ainda assim, os argumentos da defesa são vistos como meramente protocolares diante de um cenário já politizado.
Enquanto isso, Bolsonaro permanece em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, sob vigilância constante por risco de fuga. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes após o ex-presidente desrespeitar medidas judiciais anteriores.
Analistas políticos consideram este o momento mais delicado da trajetória de Bolsonaro desde que deixou o Planalto. A oposição, por sua vez, parece mais focada em manter viva a polarização política do que em respeitar o curso legal dos processos. O uso de pressões internacionais — especialmente oriundas de figuras com histórico de desprezo por instituições democráticas — deve ser interpretado como o que é: uma afronta à soberania e ao Estado de Direito no Brasil.