Esses seres humanos, se assim pode dizer, tem muito que evoluir. Triste! créditos: divulgação
04-12-2025 às 12h06
Alberto Sena
A vida humana é individual e intransferível. Cada um nasce para seguir um caminho, mas sem o respetivo roteiro. Como dizem os peregrinos no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, “o caminho se faz ao caminhar”. Cada ser humano vivo é um universo único.
A sexualidade não importa quando se trata de um ser da raça humana que veio ao mundo em meio a quase 9 bilhões de almas que habitam o planeta, para cumprir a sua sina. Cada um ao nascer e sobreviver tem até o dever de seguir em frente até quando chegar o fim do seu caminho.
E a ninguém é dado o direito de consumir com a vida do outro, seja mulher trans, como Alice Martins Alves, de 33 anos, que foi espancada por dois homens no dia 23 de outubro, e os suspeitos já haviam sido identificados, mas estranhamente na ocasião não presos pela Polícia Civil. Só agora, 40 dias depois da ação foram identificados e presos preventivamente. São dois funcionários do Bar Rei do Pastel, unidade da Savassi, na Região Centro-Sul da capital mineira.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) atento como sempre pediu a “prisão preventiva” dos dois suspeitos investigados, nesta quarta-feira, 3, por prática de crime “por motivo torpe e fútil”. Ela teria sido perseguida pelos dois homens porque se esquecera de pagar uma conta no valor de R$ 22, sendo que podia ser cobrada depois, já que era frequentadora do local.
Emocionante foi o vídeo gravado pelo pai dela, Edson Alves Pereira, na Polícia Civil, onde prestou declarações no inquérito instaurado. Ele chorou ao falar da brutalidade e da morte da filha depois de sucessivos internamentos em hospitais de BH, Contagem e Betim.
O próprio pai de Alice acredita que ela foi vítima de preconceito classificado como transfobia. Esse e outros sentimentos semelhantes são percebidos no dia a dia, em meio a uma sociedade cada vez mais desumanizada, impaciente e agressiva, totalmente ao contrário da direção deixada pelo Filho do Homem, que, mais uma vez, no dia 25 deste mês de dezembro nascerá numa manjedoura para salvar a humanidade – “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ti mesmo”.
*Alberto Sena é jornalista e escritor

