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22-09-2025 às 10h44
Direto da Redação*
O mês de setembro é marcado por ações de conscientização sobre a Doença de Alzheimer, dentro da campanha Setembro Lilás. No último domingo (21/9), o país também celebrou o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, trazendo à tona debates sobre o impacto da enfermidade na vida dos pacientes e de seus familiares.
O movimento busca sensibilizar a sociedade sobre a importância da rede de apoio no tratamento. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 55 milhões de pessoas vivem atualmente com algum tipo de demência no planeta, sendo o Alzheimer o mais recorrente. A projeção é que esse número triplique até 2050, alcançando 150 milhões de casos.
No Brasil, um levantamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aponta que cerca de 1,7 milhão de idosos convivem hoje com demência. A estimativa é que esse número chegue a 2,7 milhões até o fim da década e ultrapasse 5,5 milhões em 2050.
Segundo o neurologista Henrique Freitas, coordenador de neurologia clínica do Hospital Mater Dei Santo Agostinho, em Belo Horizonte, o envelhecimento populacional está diretamente ligado ao avanço das síndromes demenciais, sendo o Alzheimer o diagnóstico mais comum.
A doença, geralmente identificada em pessoas com mais de 65 anos, é progressiva e ainda sem cura. Entre os primeiros sinais estão a perda de memória recente e, com o tempo, surgem dificuldades de linguagem, desorientação, alterações de comportamento e perda de autonomia para tarefas cotidianas. O tempo médio de sobrevida após o diagnóstico varia de oito a dez anos.
Embora não exista tratamento que reverta o quadro, pesquisas apontam que medidas de prevenção podem retardar ou reduzir os riscos da doença. Manter uma rotina de exercícios físicos, estimular o cérebro com leituras e estudos, adotar uma alimentação equilibrada, dormir bem e controlar fatores como pressão, glicose e colesterol são atitudes que ajudam a proteger a saúde cognitiva.
No campo das políticas públicas, o Brasil sancionou em 2024 a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências. A iniciativa busca integrar áreas da saúde, assistência social, direitos humanos e educação para ampliar a atenção ao paciente. Apesar dos medicamentos gratuitos fornecidos pelo SUS, especialistas ressaltam a necessidade de suporte multidisciplinar, ainda inacessível para a maioria das famílias devido aos altos custos.
O Alzheimer costuma evoluir em quatro estágios, que vão desde lapsos de memória e dificuldades de orientação até restrição ao leito e perda total de autonomia, exigindo acompanhamento constante e cuidados especializados.