Rui Barbosa, “O Águia de Haia”, morreu há 100 anos e é lembrado em todo o Brasil
Como homem público, jurisconsulto e advogado, ele foi mentor da campanha do Habeas Corpus em defesa dos direitos individuais. Fez do Supremo, “o sacrário da Constituição”.
Direto da Redação
02-03-2023
11h:49
Poucos brasileiros são lembrados 100 anos depois de sua morte como foi Rui Barbosa, baiano de cepa, nesta quarta-feira, 1°., em instituições como o Senado Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Bahia, o Tribunal de Justiça (TJ-BA) fez homenagem, ontem à noite, no Fórum Rui Barbosa, em Nazaré, deixando flores na cripta dele e da esposa, Maria Augusta. Dentro de uma semana, o TJ-BA faz um seminário Rui Barbosa, no Centro Administrativo da Bahia, de 9 a 10.
O Supremo Tribunal Federal (STF) fez homenagem a Rui Barbosa no centenário da morte dele. O ministro Edson Fachin destacou o quanto o Brasil deve ao grande jurista e o próprio Tribunal. Disse o ministro: “A concepção de Rui Barbosa moldou tanto a República quanto o Supremo como o conhecemos”.
Fachin disse também que Rui Barbosa foi fundamental par a a Constituição de 1891. Ele defendeu eleições diretas, a reforma do ensino, a separação entre Estado e Igreja, a Proclamação da República, o federalismo e a igualdade entre homens e mulheres. O ministro disse mais: por tudo da parte de Rui Barbosa, ele é perene. “Supremo é Rui Barbosa”.
Como homem público, jurisconsulto e advogado, foi mentor da campanha do Habeas Corpus em defesa dos direitos individuais. O baiano fez do Supremo, segundo Fachin, “o sacrário da Constituição”. E mais: “Somos sucessores dessa história e por ela, diuturnamente, devemos responder”, disse ele.
A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, em nome do Ministério Público, afirmou que Rui pregava contra os arbítrios, os excessos e os riscos maniqueístas da política sectária. “Suas teses, disse, foram estruturadas na resolução de problemas práticos e constituem coeso e primoroso patrimônio do direito brasileiro”.
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), frisou a “atuação multifacetada” de Rui Barbosa, considerando-o como inspirador universal “de todos os espectros políticos e ideológicos”.
Dizem que uma frustação do pequeno grande homem foi não ter conseguido ser presidente do Brasil. Entretanto, além de intelectual e político, ele foi diplomata, advogado e jurista brasileiro, tendo representado o País na Conferência de Haia, onde ficou conhecido como “O Águia de Haia”.
Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e seu presidente entre 1908 e 1919.
Estas são as obras dele: Oração aos Moços, Migalhas de Rui Barbosa, A Imprensa e a Constituição, O Dever do Advogado e a Questão Social e a Política no Brasil.