A conotação machista do nome da rua pode vir a ser uma das primeiras correções que a Câmara Municipal de Montes Claros poderá fazer ao tomar posse no dia 6 de janeiro. Por que não colocar o nome da viúva ou do falecido? Na época, ela era viúva, mas tinha nome. Que os edis de MOC reflitam sobre isso
17-11-2024 às 09h30
Bento Batista*
Segue abaixo uma sugestão para a Câmara Municipal de Montes Claros que tomará posse no dia 6 de janeiro de 2024, na sede da Avenida Sanitária. Antes, devo facilitar o entendimento da sugestão narrando como foi que a ideia da sugestão se deu. Foi ao acessar um endereço de uma loja que fica na Rua Viúva Francisco Ribeiro, no Centro de Montes Claros. O nome da rua chamou a minha atenção e veio a indagação: por que o “Viúva”? Afinal, a homenagem é feita à viúva ou ao Francisco Ribeiro? Se é ao Francisco, que não conheci, tudo bem, fica o nome dele completo. Mas se é à viúva, que ponha o nome dela também completo.
Conheço a família Ribeiro, da parte do ex-prefeito Mário Ribeiro, “Marão”, e do professor Darcy Ribeiro mais o amigo Ucho Ribeiro, que a essa altura deve estar curtindo a paz de Rio Claro.
Não tive o prazer de conhecer o Francisco e a esposa dele, a viúva que nem o nome dela sei. Mas o que me incomodou e daí faço a sugestão à Câmara Municipal que vai ser empossada em janeiro é de rever o nome da rua. De três opções, uma ou as três: colocar o primeiro nome da viúva – Rua “Maria” viúva de Francisco Ribeiro. Se a intenção é homenagear a viúva, colocar o nome dela por completo: Rua “Viúva Maria…”. Mas se a intenção é homenagear o Francisco, que deixasse assim: “Rua Francisco Ribeiro”.
Batizar a rua do modo em que foi aprovado pela Câmara Municipal da época, é no mínimo uma demonstração de machismo dos nobres edis senão uma maneira de até mesmo desmerecer as mulheres, que em hipótese alguma são inferiores aos homens. Pelo contrário, particularmente, considero as mulheres mais fortes e mais importantes do que os homens. Nós homens, na nossa fraqueza, usamos do machismo para buscar a vã superioridade.
Suponho que se o mundo fosse governado pelas mulheres, a situação em que estaríamos vivendo seria bem outra, melhor, com o arranjo natural delas e da maneira maternal como cuidam dos homens e dos filhos. Não sou machista nem feminista, simplesmente reconheço o valor das mulheres e procuro defendê-la de modo a que venham a ocupar os espaços até mesmo em substituição aos homens, que já provaram e comprovaram, não souberam governar a humanidade.
O caso dessa Rua Viúva Francisco Ribeiro não deve ser o único. E se houver mais, que a Câmara Municipal procure dar a melhor solução para corrigir, porque a essa altura dos acontecimentos locais e mundiais, soa mal a conotação machista contida no nome “Rua Viúva Francisco Ribeiro”.
*Jornalista e escritor