Senador Rodrigo Pacheco - créditos: divulgação
21-12-2025 às 15h10
Samuel Arruda*
A nova postura de Pacheco reflete uma fase de reflexão mais aberta do senador sobre seu papel na política nacional e estadual. Embora ainda não tenha confirmado oficialmente sua candidatura ao governo mineiro, Pacheco admitiu publicamente que vem ponderando sobre continuar na vida pública ou encerrar sua carreira ao fim de 2026 — um posicionamento que, segundo ele, envolve avaliar se disputará ou não novo mandato ou outro cargo eletivo.
Em entrevistas recentes, o senador ressaltou que a decisão sobre uma eventual candidatura “é mais importante do que a questão partidária” e que pretende tomar uma definição ainda neste ano para que os partidos e alianças possam se organizar.
Outro elemento que reforça a mudança de postura de Pacheco é seu distanciamento, pelo menos em parte, da direção atual do PSD. A executiva nacional da sigla tem dado apoio a outro nome para disputar o governo de Minas — Mateus Simões, vice-governador no grupo político do atual governador Romeu Zema (Novo) — o que deixou claro que o partido não vê Pacheco como candidato prioritário no Estado.
Diante desse cenário, o senador afirmou que, caso decida disputar, não seria pelo PSD, deixando em aberto a possibilidade de mudança de legenda para viabilizar uma candidatura própria.
A indefinição do senador tem gerado movimentações tanto dentro do PSD quanto entre aliados políticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido um dos principais incentivadores de Pacheco para que ele seja o candidato ao governo mineiro, chegando a manifestar publicamente o desejo de vê-lo como “governador de Minas Gerais”.
Essa pressão, porém, esbarra na própria hesitação do parlamentar, que tem dito ser preciso refletir sobre suas prioridades — inclusive diante da possibilidade de concorrer a uma vaga no Supremo Tribunal Federal ou de encerrar sua trajetória política.
No plano eleitoral, a presença de Pacheco como possível candidato já altera as articulações em Minas Gerais. Pesquisas anteriores chegaram a mostrar o senador entre nomes competitivos na corrida pelo Palácio Tiradentes, embora a situação permaneça fluida e com outros protagonistas emergindo no cenário.
Enquanto o quadro eleitoral permanece incerto, a postura de Pacheco — marcada por cautela, reflexão sobre sua continuidade na política e a disposição a não seguir pelo PSD — acrescenta uma variável importante à disputa de 2026, alimentando especulações sobre alianças e formatos de campanha no maior colégio eleitoral do Sudeste.
A nova postura de Rodrigo Pacheco em relação à sua possível candidatura ao governo de Minas Gerais reflete um momento de transição pessoal e política. Entre manter sua trajetória nacional, avaliar um salto para o Judiciário ou buscar o Executivo estadual, o senador ainda pesa seus caminhos — com impacto direto nas estratégias de partidos e alianças e com grande atenção dos bastidores políticos tanto em Minas quanto em Brasília. A expectativa é que sua decisão seja formalizada até o fim de dezembro, abrindo oficialmente a corrida ao Palácio Tiradentes.
*Samuel Arruda é jornalista e articulista

