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Religião, política e futebol não se misturam, mas andam lado a lado e devem ser discutidos

Religião, política e futebol não se misturam, mas andam lado a lado e devem ser discutidos

O importante é discutir um e outro, os três, porque é da discussão que surgem as grandes ideias. O futebol mineiro não está lá grandes coisas. A boa política clama por ser passada à limpo.

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07-05-2023 - 11h:22

Alberto Sena*

É comum ouvir dizer, há três discussões que se devem evitar para não ter o que se arrepender: sobre religião, política e futebol. Peço vênia para discordar, pois tudo nesta vida deve ser discutido, de modo democrático e respeitoso, evidentemente. Nenhuma das três vertentes tem a ver uma com as outras, mas se completam.

Para começar de trás para frente, o futebol é a paixão do brasileiro. Não só do brasileiro, mas do mundo inteiro. Basta ligar a TV lá no exterior para constatar isto. Há quem não dê importância alguma ao futebol. Mas em verdade o futebol é uma válvula de escape por onde o cidadão comum põe para fora o que já não aguenta mais guardar em si mesmo. Ele não é capaz de identificar o que é, mas enquanto está ali assistindo a partida em que o seu time ganha ou perde, o cidadão exterioriza aquilo que fica entalado na garganta, como um grito; guardadas as proporções, à semelhança do que acontecia na arena romana onde gladiadores digladiavam até a morte.

Quanto à política, esta é realmente a “arte de governar os povos”. Abaixo de Deus, o poder é político. Tudo está relacionado com a política. E quem diz “política está com nada” e “não dou a mínima para a política”, está se enquadrando naquela assertiva do dramaturgo alemão, Bertold Brecht, que disse: “O pior analfabeto é o analfabeto político”, aquele que diz de peito arfante frases semelhantes às registradas linhas atrás.

Se a sociedade vive mal ou se vive bem tudo tem a ver com a política. Daí a importância de cada brasileiro levar a política a sério e tratar de se politizar da melhor maneira a fim de mudar o Brasil. Os políticos que nos envergonham e envergonham o mundo estão lá em Brasília, nos Estados ou nos Municípios onde governam ou legislam em causa própria porque nós os colocamos lá. O voto é obrigatório e então as pessoas votam de qualquer jeito ou visando interesses próprios, perdendo a oportunidade de pensar grande, no bem-estar da coletividade. Isto acontece em todos os quadrantes do Brasil, e no caso particular, em Montes Claros, que se prepara para eleger o próximo ocupante da Prefeitura Municipal.

E quanto à religião, esta é a base do ser. Não que seja necessária à pessoa pertencer a esta ou àquela religião. O cidadão deve procurar ter “mente religiosa”. O que isto significa? Simples. Embora trabalhoso e requeira anos de estudos, leituras diversas, controle de si mesmo, consciência de que tudo está dentro de nós mesmos e se estamos vivos é graças à centelha divina que há dentro de cada ser vivente.

Quem tem mente religiosa está convicto de que ninguém consegue fugir de Deus, mesmo que se meta a viajar pelo espaço sideral à procura de um lugar onde não se possa encontrá-Lo. Ele está em nós e em todos os lugares, mesmo que os ateus não admitam – neste caso a negação é a própria confissão da existência, porque ninguém precisa negar a existência do que não existe.

Religião, política e futebol são segmentos distintos, porém, em determinadas ocasiões se interagem. O importante é discutir um e outro, os três, porque é da discussão que surgem as grandes ideias. O futebol mineiro não está lá grandes coisas. A política, a boa política clama por ser passada a limpo. A religião, a fé em Deus e o temor a Deus é que vão salvar a humanidade.

*Editor Geral do DM, jornalista e escritor.

Imagem da Galeria Dos três, o futebol tem despertado mais manifestações do que na política e religião
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