Quem lê tem vida plena e horizontes largos
Escritor Edson Andrade assume, no dia 8, a presidência da Academia Montes-clarense de Letras, que pretende sair da sua sede no Centro Cultural para se aproximar das escolas.
04-01-2024 às 08:54h.
Mara Narciso*
A Academia Montes-clarense de Letras (AML) é um instrumento de transformação cultural, que, especificamente, incentiva a criação literária individual e coletiva dentro do nosso grupo. Os 40 escritores ali congregados estão munidos de ideais comuns, como fomentar as atividades de ler e escrever livros e levar cultura a partir dos seus conteúdos. Nossas antologias, as produções coletivas, têm melhor alcance pela força de uma agremiação coesa. Se por um lado a AML catalisa a produção literária, com impressões e vendas, por outro produz projetos culturais como concursos literários, por exemplo.
Nossas reuniões são pautadas por ideias, reflexões e debates literários e culturais que costumam desaguar numa conclusão que agrada a maioria e, nos impasses, nossa agremiação democrática vai à votação.
A renovação dos nossos quadros se dá quando uma cadeira fica vaga pela partida de um associado. A admissão de novos acadêmicos passa por critérios de avaliação pessoal e literária. Os acadêmicos são em sua maioria bancários, professores e advogados, em geral com ideologia conservadora. Quanto ao gênero, somos meio a meio, e sempre buscamos o equilíbrio nesse quesito. Dentro do grupo, nos referimos uns aos outros como confrade e confreira.
A cada dois anos fazemos eleições para uma nova diretoria, assim, podemos alternar a maneira de gerir a casa, seguindo o estatuto e o regimento interno. Os últimos cinco presidentes foram três mulheres e dois homens.
A entidade foi fundada em treze de setembro de 1966, quando intelectuais de Montes Claros se decidiram que era hora de a cidade ter uma Academia de Letras. Passaram-se 57 anos, e ficou no imaginário popular que a AML é elitista, conceito que buscamos mudar.
A nova diretoria da gestão 2024 a 2025 tomará posse no dia oito de janeiro. Encabeçada por Edson Andrade, além das atividades habituais, pretende sair da sua sede no Centro Cultural para se aproximar das escolas. A intenção da Academia é ambiciosa, porque debaterá títulos com os estudantes de acordo com suas idades, e assim terá papel ativo, dinamizando a discussão e despertando habilidades. Essa parceria, que pretendemos seja exitosa, levará livros de autores montes-clarenses tornando-os mais conhecidos e lidos com consequente melhora da linguagem estudantil.
Quando a família lê livros ou uma professora de redação incentiva a leitura e a imaginação, resultará em bons leitores, com adequada técnica argumentativa, manifestação de originalidade e gosto pelos estudos.
Nas comemorações, posses, homenagens e lançamentos de livros na AML temos números musicais como o hino à Montes Claros, letra de Yvonne Silveira e música de Clarice Sarmento e Canção da Academia, composta por Edson Andrade, além de músicas populares e eruditas. Forma-se a mesa de honra com autoridades, e nessas ocasiões nos unimos com a sociedade para festejar a Cultura.
Conforme disse Ivana Rebello, a Academia Montes-clarense de Letras é guardiã da nossa língua, e se inserirá, produtivamente, na sociedade, repetindo experiências anteriores. Mostrar ao público nosso processo criativo fará com que todos pelo menos tentem criar. Popularizar e disseminar essa particularidade do grupo para toda gente, desenvolverá nela o prazer em ler, hábito que tanto gosto traz à alma. E no roldão dos acontecimentos, ganhamos todos, em especial a Língua Pátria.
O que nossos livros podem dizer para você não são propriamente um oráculo, mas a produção da nossa Academia Montes-clarense de Letras é fonte de conhecimento para todos nós, e também o será para a população que pretendemos alcançar.
Quem lê tem vida plena e largos horizontes.
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