Mas faz bem à economia espiritual, mental, corporal e do bolso. Quando a gente anda tudo funciona. O exercício é completo, mexe com o espírito, a alma, a memória, a mente e o corpo.
25-11-2024 às 09h:07
Bento Batista*
Fui a pé hoje, 24, domingo cedo até a Praça JK, no Bairro Sion, cercada de edifícios por todos os lados.
Calculadamente, devo ter andado uns três quilômetros.
Acho pouco, mas foi o que tinha hoje para o gasto.
E por falar em gasto, outro dia ouvi um indivíduo dizer que quem anda é prejudicial à Economia do País. Achei engraçado isso, mas, pensando bem, ele tinha toda razão.
Quem anda gasta só a energia corporal, mas ganha com o exercício, o ato de andar.
Quando a gente anda tudo funciona. O exercício é completo, mexe com o espírito, a alma, a memória, a mente e o corpo.
Para andar não gastamos gasolina, nem pneu nem nada.
O máximo que fazemos é beber uma garrafinha d’água. Só um pouco dos tênis ou das botinas.
Não estou adentrando shopping center, nem nenhum bar ou restaurante onde podia gastar dinheiro, injetando nessa Economia doida, cada dia mais cara principalmente para quem menos tem.
A melhor comida, para mim, é a daqui de casa. Não tem esses artifícios para dar mais sabor à comida, veneno puro, com o tempo, as consequências negativas surgem.
O sal consumido aqui em casa é o “sal marinho”, resultado da evaporação da água do mar.
Por essas e por outras, dei razão ao indivíduo.
Mal sabe ele o quanto andar faz bem à “economia humana”, do esqueleto, dos músculos. Isso só para tratar do lado físico do homem e da mulher.
Pode-se exercitar a mente. No meu caso particular, um sem número de ideias surgiram no meu bestunto enquanto andava. Ideias de textos, reportagens, crônicas, contos etc.
O espírito vai a mil, numa progressão geométrica daqui até o Cosmo, como crê o ‘ioguim’ praticante do hinduísmo.
A bem dizer, sou viciado em andar.
Confesso gostar mais de fazer longas caminhadas, como as que já fiz e gostaria de fazer de novo.
Mas, foi na caminhada de hoje, até a Praça JK, como ia dizendo, que no percurso, seguindo pela Rua São João Evangelista, no Bairro São Pedro, tive a satisfação de encontrar plantado na calçada, um pé de abacate, com os frutos em andamento.
Fotografei o abacateiro e nem bem o tinha deixado para trás, eis que me deparei com um mamoeiro.
Acho isso uma ideia interessante. Aqui, em Belo Horizonte, em vários lugares se pode encontrar pé de alguma fruta.
Na confluência das ruas Mar de Espanha e São João Evangelista, no Bairro Santo Antônio, o morador do prédio em frente cuida de duas bananeiras e de um pé de amora.
Atrás do antigo prédio onde por muito tempo foi a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, próximo da Estação Rodoviária, tem dois pés de tamarindo.
Isto só quem anda vê.
E além do mais, a economia que faz, é o benefício menor do exercício de andar, livre, leve e solto, sem lenço, mas com documento.
P.S.: Até chegar à Praça JK fotografei algumas flores pelo caminho, afinal, ainda é primavera.
*Jornalista e escritor